"A internet está destruindo nossas reputações". Foi seguindo esse discurso que o teórico Andrew Keen, autor de "O Culto do Amador" e do recém-lançado no Brasil "Vertigem Digital", arrancou alguns minutos de palmas ao final de sua apresentação no The Next Web Latin America, nesta quinta-feira (23) em São Paulo. Conhecido por suas críticas à Web 2.0 - que lhe assegurou o apelido de "o anticristo do Vale do Silício" -, o cientista político norte-americano criticou os excessos nas redes sociais.

"Todos os dias eu sou pego por uma nova rede social. Há redes sociais para dirigir, sair, comprar. Não gosto de compartilhar tudo sobre a minha vida. Essas redes incitam a gente a compartilhar tudo. O que nós comemos, o que nós escutamos, o que gostamos, o que fizemos, o que estamos fazendo e o que vamos fazer. (...) Nessa Web 3.0, nós somos a informação", declarou o escritor.
Para atacar o excesso de exposição, Andrew acredita que devemos fazer como Jim Carrey em "O Show de Truman: O Show da Vida". "No final (quando o barco de Truman encosta no fim do cenário e ele abre, escuro por dentro) ele vai para a escuridão, e é isso o que precisamos reconstruir na internet. Estamos todos nos mostrando a todo momento. Não existe escuridão na internet".
Keen defende que a escuridão é a melhor maneira de mantermos nossa reputação e recuperarmos a nossa capacidade em nos recriarmos quando quisermos. "Nós estamos nos destruindo (...) e acabando com a genialidade, com o misticismo, com a complexidade de se viver. Estamos nos tornando narcisistas digitais."
Encerrado o discurso principal, em um bate-papo informal no palco, o teórico ainda revelou que acha o Twitter divertido, mas que "as pessoas mais criativas da internet são as que mais mentem".
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