28 de agosto de 2009

O Homem e a Natureza

Desde que o homem apareceu na face da terra, aproximadamente há um milhão de anos, que ele vem tendo com a natureza uma relação direta. Podemos até imaginar uma fórmula simples que nos  mostra pedagogicamente  essa relação. Seria: H < N ;  H = N ;  H > N e  H ? N, onde o H representa o homem e o N a natureza. Pois bem, no início da pré-história, o homem era menor que a natureza, (H < N) ou seja, sofria com as agruras do tempo. O frio o castigava, as tempestades o apavorava e os animais o devorava. Depois o homem  equipara-se a natureza, (H = N). Se identifica com ela e vive em harmonia. Para se livrar das tempestades, abriga-se nas cavernas, para amenizar o frio, faz fogueiras, para se alimentar colhe frutos e já abate animais. Sua preocupação única era sobreviver. Em seguida usando sua inteligência e habilidades passa a dominar a natureza, (H > N). Aí sim, resolve com técnicas e invenções muitos dos problemas que o afligia. Consegue colheitas mais abundantes, supera as dificuldades com as intempéries usando as mais sofisticadas invenções e até encurta as distâncias, perfurando montanhas, construindo navios e aviões. Controla a natureza, inclusive fazendo chover.
Hoje, porém, sabemos que essa relação do homem com a natureza é agressiva, é altamente prejudicial a ela e a nós. O modelo de civilização adotado é altamente danoso ao meio ambiente. Ao procurar facilidades e conforto o homem abre mão de uma vida mais natural, principalmente com relação à alimentação. Ao preferir o automóvel, o homem não caminha. Ao preferir o fast-food, não dá ao seu organismo o tempo e a oportunidade de uma digestão completa e satisfatória. Ao preferir a televisão, nega-se a si mesmo, a opção da reflexão. Da meditação. Hoje, desde a infância, tudo nos chega pronto. A criança não constrói mais seus brinquedos, a comida é encontrada pronta e o pensamento já nos chega ruminado pela telinha. Hoje consideramos, com muita propriedade, o último item da fórmula: H ? N. O homem se encontra perdido diante da natureza. Não sabe o que fazer para, pelo menos, minimizar os efeitos terríveis causados pelas respostas da natureza a séculos de agressões provocadas pelo homem.
No entanto, é sempre bom lembrar, que as ações daníficas do homem contra a natureza, não são frutos de ignorância ou incapacidades. São sim falta de boa vontade, especialmente política, de nossos administradores públicos. Acrescendo-se a isso uma forte dose de ganância, de egoísmo e de falta de urbanismo por parte de muitos capitalistas que, que por “n” razões, tem em suas mãos o destino de fortunas consideráveis no mundo.
Mais uma vez, venho bater na velha tecla, que ao meu ver, é a única opção para a médio prazo, salvar as futuras gerações de uma catástrofe: a educação. Colocarmos na cabeça de nossas crianças que a água, a terra, o ar, as árvores são sinônimo de vida. Que se destruirmos esses elementos, estaremos destruindo a nós mesmos. Ou veremos concretizar as previsões de São João no seu livro canônico – Apocalipse.

José Moreira Filho
Acadêmico da ALAMI
moreira@baciotti.com

17 de agosto de 2009

Hipocrisia Crônica

Seria realmente  cômico, se não fosse trágico, o que o circo de Brasília tem apresentado, cada vez com maior eficiência e explicitação, ao seu (des)respeitado  público. Como se já não bastasse o degladiar de meritíssimos no supremo, somos obrigados agora a assistir cenas típicas de colegiais no recreio escolar. Vergonhosa manifestação patrocinada pelos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Tasso Jereissatti (PSDB-CE) que travaram um agressivo e tumultuado bate-boca no plenário da Casa no fim da tarde do dia 06/08/2009, com direito a palavras de baixo calão, levando inclusive a interrupção temporária da Sessão.
Mas o que nos deixa perplexos e inconformados, é que a grande maioria dos nossos congressistas, age como se fossem limpos, imaculados. Cada um julga seu par/adversário um corrupto, quando sabemos que os confiáveis naquele picadeiro podem ser contados nos dedos de uma mão.
O que ocorre na verdade, é que protegidos pelo manto sagrado da imunidade parlamentar, nossos representantes abusam de seus poderes e defendem seus interesses particulares sem o menor escrúpulo. Dão sempre a impressão de que estão lutando pelo bem comum, já nem se importando com o fato de parecer ser, pois já se acostumaram com o cinismo. A hipocrisia, que, em se tornando crônica, criou uma carcaça tal que os deixam inatingíveis pelas críticas. Sejam da mídia em geral, sejam de seus eleitores.
Ao chegarmos nesse estado de coisas, deve-se questionar a democracia-governo do povo.  Como o nosso povo está gerindo seu destino? A vontade da maioria da população está sendo respeitada? Ou a de um grupo seleto que finge legislar para todos. E o que mais nos deixa indignados é que nessa comédia do poder, trocam-se os personagens, mas o cenário e o enredo continuam os mesmos.
Penso que muita coisa em nossa democracia precisa ser repensada. Desde o sistema político eletivo até a distribuição de renda passando pela equivalência dos três poderes. Por exemplo, pergunto: o que mudaria para melhor na vida de um cidadão, se na Câmara Municipal de seu município tivesse mais dois, cinco ou dez vereadores? (PEC 20/2008). O que se espera da democracia é uma genuína representatividade popular e não a centralização e manipulação do poder por poucos.
Quantos anos mais, quantas eleições devem acontecer para que nosso quadro político-institucional amadureça e corresponda a nossas expectativas? Até quando nossos políticos vão menosprezar nossa inteligência?

Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?...

José Moreira Filho
Acadêmico da ALAMI
moreira@baciotti.com

8 de agosto de 2009

Ecumenismo

Às vezes me pego pensando por que existem tantos credos religiosos, se existe apenas um Deus. Se a verdade deixada por Jesus é tão simples. “ O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” (João 15:12) Por que tantos caminhos diferentes se queremos chegar a um mesmo ponto? Por que tantos movimentos, encontros, conferências buscando essa unificação e cada vez mais proliferam-se tendências religiosas diferentes? O que está faltando? Seria humildade? Em muitos casos sabemos que, inescrupulosos, embalados pela ganância, se aproveitam da boa fé de pessoas humildes para se enriquecer ilicitamente.  Acredito até que em alguns setores existe o que poderíamos chamar de arrogância religiosa. Pessoas que tem um cargo ou função religiosa e se julgam donos da verdade. Se esquecem que a autoridade é alicerçada no respeito e na responsabilidade e não na vaidade. Responsabilidade essa que o levará a atender a todos os que o procurem indistintamente. Respeito esse que o levará aceitar as diferenças do outro. Se esquecem que o verdadeiro amor se embasa na sabedoria e não na inteligência. E sabedoria é entender que cada um de nós tivemos uma história de vida diferente, portanto reagimos diferentemente em relação ao mundo que nos cerca.  Alem disso devemos nos lembrar que todos nós pertencemos a uma mesma raça – a humana. Somos iguais no princípio e no fim. Isso é o que importa. Portanto as diferenças de cor, credo, tendências políticas, ideológicas, sexuais, são detalhes que não devem ser motivos para sustentar  ódios, rancores e guerras. E sabemos que, ainda hoje, muitos matam em nome de Deus.
Assim sendo, porque não nos unirmos em torno do único e verdadeiro Deus, respeitando as pequenas diferenças de cada um e comungando um mesmo ideal religioso – sermos felizes. Não foi para isso que fomos criados?
Etimologicamente,  a palavra ecumenismo vem do grego. Se buscarmos na Wikipédia encontraremos o seguinte: Ecumenismo (ou eucumenismo) é o processo de busca da unidade. O termo provém da palavra grega "oikos" (casa), designando "toda a terra habitada". Num sentido mais restrito, emprega-se o termo para os esforços em favor da unidade entre igrejas cristãs; num sentido lato, pode designar a busca da unidade entre as religiões ou, mesmo, da humanidade. Neste último sentido, emprega-se também o termo "macro-ecumenismo". Surgiu na Conferência Missionária Mundial, em Edimburgo, em 1910, que resultou em dois congressos posteriores, em Estocolmo, em 1925 e Oxford em 1939.
Que bom seria se conseguíssemos absorver esse último sentido do termo e em tempo de globalização econômica, globalizássemos também o bem estar. A dignidade existencial, o prazer de viver, a felicidade.
Que tal resgatarmos o grande humanista Thomas More e acreditarmos na utopia ?
Sonhar só faz bem.

José Moreira Filho
Acadêmico da ALAMI
moreira@baciotti.com

6 de agosto de 2009

Duas histórias diferentes e um final surpreendente

Muitos anos atrás, Al Capone possuía virtualmente Chicago.
Capone não era famoso por nenhum ato heróico.
Ele era notório por empastar a cidade com tudo relativo a contrabando, bebida, prostituição e assassinatos.
Capone tinha um advogado apelidado 'Easy Eddie'. Era o seu advogado por um excelente motivo. Eddie era muito bom!
Na realidade, sua habilidade, manobrando no cipoal legal, manteve Al Capone fora da prisão por muito tempo.
Para mostrar seu apreço, Capone lhe pagava muito bem.
Não só o dinheiro era grande, como Eddie também tinha vantagens especiais.
Por exemplo, ele e a família moravam em uma mansão protegida, com todas as conveniências possíveis.
A propriedade era tão grande que ocupava um quarteirão inteiro em Chicago. Eddie vivia a vida da alta roda de Chicago, mostrando pouca preocupação com as atrocidades que ocorriam à sua volta.
No entanto, Easy Eddie tinha um ponto fraco.
Ele tinha um filho que amava afetuosamente. Eddie cuidava que seu jovem filho tivesse o melhor de tudo: roupas, carros e uma excelente educação.
Nada era poupado. Preço não era objeção. E, apesar do seu envolvimento com o crime organizado, Eddie tentou lhe ensinar o que era certo e o que era errado.
Eddie queria que seu filho se tornasse um homem melhor que ele.
Mesmo assim, com toda a sua riqueza e influência, havia duas coisas que ele não podia dar ao filho: ele não podia transmitir-lhe um nome bom ou um bom exemplo.
Um dia, o Easy Eddie chegou a uma decisão difícil.
Easy Eddie tentou corrigir as injustiças de que tinha participado.
Ele decidiu que iria às autoridades e contaria a verdade sobre Al 'Scarface' Capone, limpando o seu nome manchado e oferecendo ao filho alguma semelhança de integridade.
Para fazer isto, ele teria que testemunhar contra a quadrilha, e sabia que o preço seria muito alto.
Ainda assim, ele testemunhou.
Em um ano, a vida de Easy Eddie terminou em um tiroteio em uma rua de Chicago.
Mas aos olhos dele, ele tinha dado ao filho o maior presente que poderia oferecer, ao maior preço que poderia pagar.
A polícia recolheu em seus bolsos um rosário, um crucifixo, uma medalha religiosa e um poema, recortado de uma revista.
O poema:
'O relógio de vida recebe corda apenas uma vez.
E nenhum homem tem o poder de decidir quando os ponteiros pararão, se mais cedo ou mais tarde.
Agora é o único tempo que você possui.
Viva, ame e trabalhe com vontade.
Não ponha nenhuma esperança no tempo, pois o relógio pode parar a qualquer momento.'

(CONTINUEM LENDO)

HISTÓRIA NÚMERO DOIS

A Segunda Guerra Mundial produziu muitos heróis.
Um deles foi o Comandante Butch O'Hare.
Ele era um piloto de caça, operando no porta-aviões Lexington, no Pacífico Sul.
Um dia, o seu esquadrão foi enviado em uma missão.
Quando já estavam voando, ele notou pelo medidor de combustível que alguém tinha esquecido de encher os tanques.
Ele não teria combustível suficiente para completar a missão e retornar ao navio.
O líder do vôo o instruiu a voltar ao porta-aviões.
Relutantemente, ele saiu da formação e iniciou a volta à frota.
Quando estava voltando ao navio-mãe viu algo que fez seu sangue gelar: um esquadrão de aviões japoneses voava na direção da frota americana.
Com os caças americanos afastados da frota, ela ficaria indefesa ao ataque.
Ele não podia alcançar seu esquadrão nem avisar a frota da aproximação do perigo.
Havia apenas uma coisa a fazer.
Ele teria que desviá-los da frota de alguma maneira.
Afastando todos os pensamentos sobre a sua segurança pessoal, ele mergulhou sobre a formação de aviões japoneses.
Seus canhões de calibre 50, montados nas asas, disparavam enquanto ele atacava um surpreso avião inimigo e em seguida outro.
Butch costurou dentro e fora da formação, agora rompida e incendiou tantos aviões quanto possível, até que sua munição finalmente acabou.
Ainda assim, ele continuou a agressão.
Mergulhava na direção dos aviões, tentando destruir e danificar tantos aviões inimigos quanto possível, tornando-os impróprios para voar.
Finalmente, o exasperado esquadrão japonês partiu em outra direção.
Profundamente aliviado, Butch O'Hare e o seu avião danificado se dirigiram para o porta-aviões.
Logo à sua chegada ele informou seus superiores sobre o acontecido.
O filme da máquina fotográfica montada no avião contou a história com detalhes.
Mostrou a extensão da ousadia de Butch em atacar o esquadrão japonês para proteger a frota.
Na realidade, ele tinha destruído cinco aeronaves inimigas.
Isto ocorreu no dia 20 de fevereiro de 1942, e por aquela ação Butch se tornou o primeiro Ás da Marinha na 2ª Guerra Mundial, e o primeiro Aviador Naval a receber a Medalha Congressional de Honra.
No ano seguinte Butch morreu em combate aéreo com 29 anos de idade.
Sua cidade natal não permitiria que a memória deste herói da 2ª Guerra desaparecesse, e hoje, o Aeroporto O'Hare, o principal de Chicago, tem esse nome em tributo à coragem deste grande homem.
Assim, se porventura você passar no O'Hare International, pense nele e vá ao Museu comemorativo sobre Butch, visitando sua estátua e a Medalha de Honra. Fica situado entre os Terminais 1 e 2.

O que têm estas duas histórias de comum entre elas?

Butch O'Hare era o filho de Easy Eddie.

Somos espelhos para nossos filhos! NÃO SE ESQUEÇA DISSO.

3 de agosto de 2009

Espiritualidade

O que seria a espiritualidade ?  Espiritualidade para o nosso raciocínio é o equilíbrio de nossas forças internas. É um atributo pessoal que nos dá serenidade e força para agirmos no mundo exterior. O homem que cuida de sua espiritualidade é um homem que tem fé. Que acredita no que não vê. Crê naquilo que sua experiência existencial mais seu esforço intelectual lhe permitem confiar.
Bem, partindo dessa definição que imaginei, tentarei algumas colocações pertinentes.
Nós, humanos, conhecemos três princípios energéticos aos quais estamos submetidos durante nossa vida, que são: o físico, o mental e o espiritual. Entendemos também que a substância do princípio físico é a força, que é representada pelos  músculos. Assim, é tão mais forte, quanto musculoso for o homem. Quanto mais vigor físico, mais poder. No começo dos tempos era assim. Essa supremacia muscular representava a supremacia social para os homens primitivos – o chefe era o mais forte. Porém com o passar dos tempos, essa superioridade da força foi confrontada com o pensamento e gradativamente implanta-se o império do princípio mental, do racional. A Esparta bélica defronta-se com a Atenas intelectual. Aqui deparamo-nos com o substrato do princípio mental, que não é outro senão a lógica, o raciocínio correto e coerente. Mas felizmente a evolução continua e mais e mais pessoas estão descobrindo que o importante mesmo é o espírito. A matéria morre, se decompõe, se transforma em pó inerte. Hoje já temos em várias frentes, o reconhecimento do aspecto espiritual. Quanto mais for verdadeiramente evoluído um povo, tanto mais será desenvolvido espiritualmente. É bom lembrar que não estamos falando de religião. Espiritualidade não quer dizer  necessariamente  religiosidade. Cada indivíduo pode ser caracterizado por sua religiosidade, suas crenças particulares e práticas relativas a sua religião, sem no entanto, ter um alto nível de espiritualidade. Espiritualidade é a ascensão do aspecto espiritual sobre o mental e o físico. No entanto grande parte da humanidade ainda não compreende isso. Daí a proliferação de seitas e igrejinhas  aqui e acolá. Basta alguém falar bonito demonstrando um pouco de conhecimento bíblico (leia-se decoreba da bíblia) e já se tem uma turba de seguidores. Ávidos por saciar suas necessidade espirituais, seus anseios por felicidade.
Podemos dizer que esse aspecto, objeto de minhas reflexões, é sustentado pela fé e pela crença inabalável no possível. A um observador sábio, não faltam provas dos resultados positivos do poder da espiritualidade.
Assim, entendemos, que o homem é um ser composto por matéria e espírito. Porém hoje, apesar do avanço científico, do desenvolvimento intelectual, o homem insiste em valorizar mais a matéria em detrimento do espírito. O culto ao corpo sobrepõe ao do espírito. Assistimos hoje uma explosão de cuidados com a  beleza. Preocupação exagerada com o físico, portanto com a matéria. Preocupação que chega ser angustiante. Se a mulher veste uma roupa e a sente apertada já é motivo para se sentir preocupa, é sinal que ganhou uns quilinhos a mais e isso é terrível.
Academias espalham-se pelas cidades. Programas de emagrecimento com acompanhamento científico é a coqueluche nos spas. As pessoas se submetem a variadas torturas. Aplicações de botox, silicone, bronzeamento artificial etc. As candidatas a modelo chegam à beira da anorexia. Criou-se até uma lei proibindo o emagrecimento exagerado nas passarelas. Cirurgias as mais diversas são criadas em nome da beleza, nem sempre em nome da saúde.
Muito bem, e a outra parte? A espiritual. Existe a mesma preocupação com ela?  O que está acontecendo com a nossa espiritualidade?  Você se lembra da última vez que fez um retiro espiritual? Um recolhimento talvez? Uma auto-análise? Uma introspecção que seja?
Sabemos que o nosso espírito precisa disso, mas sabemos também da dificuldade dessa prática no mundo pós-moderno. O homem hoje é bombardeado com um número estratosférico de informações diárias. Isso cria um burburinho tal em sua mente, que inibe, que dificulta uma meditação mais profunda e eficiente. Ao mesmo tempo cria em nosso interior um vazio enorme. E essa vacuidade é responsável pela angústia e pela  depressão. Daí o crescente número de pessoas em busca de auxílio nas clínicas psiquiátricas. O número de profissionais da área psicológica é cada vez maior. Não é sem razão que o consumo de anti-depressivos no Brasil cresceu 42% nos últimos 4 anos.  As pessoas buscam a felicidade em tudo, inclusive, e principalmente no material, se esquecendo que o eterno é o espírito. Assim sendo o que devemos fortalecer é o espírito. A fortuna que devemos acumular é aquela invisível aos olhos. Ela só é percebida pelo sexto sentido. Essa é a riqueza que realmente vai nos fazer feliz. Em não sendo assim iremos entulhar o nosso cofre e esvaziar o nosso coração. E aí o que teremos? Um espírito fraco. E nessas circunstâncias o nosso espírito se encontrará vazio. Com fome. E para fome espiritual, só alimento espiritual. E não há melhor alimento para o espírito do que aquele recomendado pelo próprio Cristo: “Tomai e bebei dele todos, pois isso é o meu sangue...” e “Tomai e comei dele todos, pois isso é a minha carne...”  Evidentemente que aqui carece-se de uma reflexão exegética.
A respeito da riqueza espiritual, cito na íntegra, o que disse Sir John Templeton, um dos homens mais ricos dos Estados Unidos: “Se não desenvolvermos um reservatório de riqueza espiritual, provavelmente não há dinheiro que nos faça feliz. A riqueza espiritual proporcionará a fé, nos dá amor, traz e expande a sabedoria. A riqueza espiritual leva à felicidade porque nos orienta para relacionamentos úteis e afetuosos. Tendo a riqueza espiritual como a base e segurança de nossas vidas, ganhamos uma profunda e duradoura paz que não pode ser obtida apenas com riqueza material”
A dimensão espiritual está implícita na natureza humana e a vivência espiritual comumente é uma experiência subjetiva, individual, particular, mas que algumas vezes pode ser compartilhada com os outros. Isso será explícito, por exemplo, na prática da solidariedade. Oportunidade de exercitarmos a espiritualidade na experiência fraterna.
Ainda bem, que já sentimos no homem contemporâneo uma pontinha de preocupação com o aspecto espiritual. Como já disse, o homem hoje, embora sem saber direito, está a procura de um caminho espiritual. Quem tem o costume de navegar pela internet, já percebeu o sem número de mensagens de cunho espiritualista que nos chegam todos os dias. É a busca de alguma coisa que sacie a sede do espírito. É a necessidade do ser humano de atender o objetivo para o qual foi criado – ser feliz.
Concluindo, devemos nos lembrar que,  o caminho do aperfeiçoamento espiritual não é fácil. Obstáculos mil existem, pois os nossos sentidos nos traem, frente ao chamamento intensivo para o gozo dos benefícios do mundo profano. Mas o sábio consegue fazer a distinção e certamente encontrará a paz.
Quanto a isso nos faz bem lembrar que: se o leito do rio fosse absolutamente liso, sem nenhum obstáculo, jamais ouviríamos a música do borbulhar das águas.

José Moreira Filho
Acadêmico da ALAMI
moreira@baciotti.com