16 de outubro de 2010

Política X Políticos

O dia “D” se aproxima.
Estamos vivendo momentos de grande importância para a sociedade brasileira – as eleições em sua etapa final. É o momento então de refletirmos com toda a seriedade que o fato requer. Às vezes num momento de desencanto, falamos mal da política e por conseguinte dos políticos. Em relação à política não temos que falar mal nem bem. Ela em si não tem vontade própria. Ela é apenas uma ciência e uma bela ciência. Na verdade ela faz parte da nossa vida mais do que imaginamos. Desde a hora que nos despertamos pela manhã até à hora de dormirmos, e até mesmo enquanto o fazemos, portanto, por vinte e quatro horas por dia a política está nos influenciando. Assim sendo não adianta fugirmos de seus efeitos, negando sua influência. Temos sim é que modificá-los, agindo com coerência na hora “h” e cobrando depois.
Quanto aos políticos, esses sim, têm vontade própria e bem própria. Principalmente se falarmos da vontade política. Pois bem, diz uma amiga minha que na verdade só existe dois tipos de políticos: os que querem o poder e os que detêm o poder. No que concordo com ela e digo mais. Os primeiros são hábeis, sábios e generosos, pois manipulam a arte política com muita maestria, sabem com precisão a solução para todos os problemas e se doam à população exaustivamente participando e apoiando todo evento popular, toda confraternização, toda festa, velório etc. Já os segundos, coitados, são vítimas de mil contingências. De programas amarrados na gestão anterior, de projetos faraônicos inexeqüíveis e problemas com a adequação às leis.
Uma terceira vertente nessa situação é a questão do eleitorado. É o eleitor a causa e a conseqüência de tudo isso. Causa porque é o verdadeiro patrão desse empregado chamado político, pois na verdade, é quem os nomeia e os paga. Apesar disso não vê o retorno merecido e devido, ficando sem saúde, sem educação e sem infraestrutura (leia-se estradas), sendo portanto esse cidadão desamparado a conseqüência dessa desvontade política.
E daí? Daí que o eleitor precisa tomar consciência de que é detentor da única arma realmente eficiente na luta contra esse caos – o voto. E que jamais deve colocar seu voto na banca da feira eleitoreira e fazer dele um objeto de barganha barata.
Se você eleitor, forçado por circunstâncias adversas, vende seu voto por alguns metros de muro pré-moldado, por uma consulta a um especialista ou mesmo por uma cesta básica, você está simplesmente cooperando para a perpetuação desse estado de coisas. Sendo, portanto, essa situação de inteira responsabilidade sua. Portanto fiquemos atentos a quem nós vamos ajudar a eleger. Conhecemos seu passado? Temos informações seguras sobre sua vida familiar? Profissional? E mesmo política? Sabemos se já exerceu outros cargos nos quais demonstrou competência? Seu discurso de agora está coerente com o que disse ou fez outrora? Suas atitudes tem falado mais alto que sua voz? Esse é o caminho. Não sendo assim, não adianta chorar o leite derramado depois.
Evidentemente que não podemos e não estamos generalizando. Há políticos confiáveis. Existem homens que estão fazendo as leis para cumprirmos e que estão imbuídos de bons princípios, mas existem muitos, e infelizmente são em maior número, que aviltam a boa fé do homem simples e desprezam a coisa e a causa públicas.
Se não for por esse caminho, jamais separaremos o joio do trigo. Não temos outra saída, a não ser, para aqueles que têm fé, pedir a ajuda Divina.

José Moreira Filho
          Acadêmico da ALAMI
moreira@baciotti.com

24 de setembro de 2010

ELEIÇÕES

Estamos num ano eleitoral. Mais uma vez iremos às urnas para escolhermos aqueles que queremos para nos representar e gerir nosso destino enquanto sociedade, tanto na alçada estadual quanto na federal. Hoje felizmente com urnas seguras, eficazes e até modelo para outros países,
Eleição direta e secreta é uma conquista bem recente. Todos sabemos que do início da República até meados do século passado o "voto de cabresto" é o que realmente vigorava. Hoje não existe mais esse tipo de "coronéis", tão explícitos e naturais. O voto deve ser secreto, mas muitos de nós ainda permitimos que nos cabresteiem vergonhosamente, que tentem comprar nosso voto com promessas de todo tipo, com favores, barganhas, cestas básicas e tantas outras estratégias nada democráticas.
A responsabilidade por esse jogo vergonhoso é toda daquele que se permite manipular. Temos que valorizar a nossa escolha, ter senso crítico, votar e depois acompanhar o trabalho do nosso candidato, questionar sua atuação e cobrar. Mas na grande maioria das vezes, depois de alguns dias sequer nos lembramos em quem votamos. Daí fica muito difícil e somos obrigados a conviver com todo tipo e diversidade de corrupção, desvios de verba pública, favorecimentos ilícitos, cartões corporativos, etc. Se nossos políticos, próximos ou não, atuam mal, a culpa é sempre nossa, com ou sem justificativas.
Portanto, desconfiemos sempre dos políticos que sobem nos palanques e só criticam os adversários e seus planos de governo e dizem pouco de seus próprios planos. Desconfiemos dos políticos que prometem resolver problemas fora de sua alçada; que fazem promessas miraculosas, quando não vazias; desconfiemos dos políticos que quando questionados, divagam, fingem responder ou respondem outra coisa insultando a inteligência de quem pergunta ou de quem assiste ao debate; desconfiemos dos políticos que só nos reconhecem na época de eleições e até nos chamam pelo nome, que dizem que a educação é prioridade, que a saúde é prioridade e que o emprego é prioridade mas que nunca saem dos discursos. Observemos o respeito no trato com os adversários e com o povo. Observemos a transparência das ações e a possibilidade do cumprimento das promessas. Enfim, fiquemos severamente de olho nos "salvadores da Pátria".
Não saberia dizer se o brasileiro sabe votar ou não. Só com muita certeza afirmo que os políticos são tão bem preparados, tão bem treinados e produzidos para disputar as eleições que nos confundem e nos enganam. Fica difícil "separar o joio do trigo".
Outras certezas : temos de nos ligar mais , descobrir os bons políticos que estão no processo, porque existem; não nos acostumarmos jamais com as falcatruas que vemos a todo momento em todas as esferas públicas e lutar para que os verdadeiros valores com os quais fomos educados realmente triunfem.
Lembro-me de Maquiavel quando em sua obra "O Príncipe" diz que o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente. Realmente os fatos estão aí para quem quiser ver.
Mas me lembro também que enquanto existir o ser humano, a esperança também existe.


José Moreira Filho
Acadêmico da ALAMI
moreira@baciotti.com

22 de agosto de 2010

Egrégora

E G R É G O R A

As necessidades psicossociais do mundo atual nos faz lembrar esse vocábulo, egrégora, pouco conhecido, mas que com certeza se levado a sério pode nos ajudar a melhorar  muito nossa vida em comunidade.
Primeiramente tentemos defini-lo: egrégora é uma palavra de origem grega. É um conceito de pouco uso, tanto que não consta de dicionário. Vem do grego egregoroi que significa força, energia. Porém essa potencialização só seria possível pela união. Uma só pessoa jamais poderia criar uma egrégora. Ela só existe a partir da fusão de fluídos, vontades, desejos, intenções de mais de uma pessoa. Isso já é provado cientificamente para os crentes na ciência e espiritualmente para os imbuídos da fé cristã.
“Pois onde se acham dois ou três reunidos
em meu nome, aí estou eu no meio deles.”
Mateus 18:20.
Na ciência médica, por exemplo, há como medir essa energia através de uma técnica, criada talvez acidentalmente, por um técnico eletricista russo chamado Semyon Davidovich Kirlian, a chamada Kirliangrafia, ou, mais recentemente a bioeletrografia. (será melhor explicitada em outra crônica nesse mesmo trabalho). Com esse processo mede-se o que os especialistas chamam de aura.
Portanto todos nós possuímos essa energia, que é invisível, mas real e que em somatório com outras produz efeitos positivos ou negativos, benéficos ou danosos, dependendo do grau de consciência e controle do grupo originário dessa egrégora. É impossível nos livrar de sua influência. Podemos sim, controlá-la a partir do conhecimento de sua existência e da consciência de seu poder, porém jamais sozinhos, sempre em união com uma ou mais pessoas. O desconhecimento dessa força é muito prejudicial para uma comunidade. Carl Jung já caminhara nesse sentido trabalhando o que ele chama de “inconsciente coletivo”.
Devemos ter consciência também que todo grupamento humano, reunido com determinado objetivo é criador de sua egrégora. E como um ser vivo ela se alimenta da produção vital de seus criadores. Daí, se um grupo produz inveja, ódio, rancores, a egrégora desse grupo se fortalece cada vez mais com esse vitamínico fluído. Por isso é que se diz que violência gera violência. Por outro lado, se alimentarmos nossa egrégora da família, do clube, ou do trabalho, com amor, solidariedade, justiça, enfim, de intenções saudáveis, ela tenderá a nos induzir a continuarmos cada vez mais fortalecidos desses sentimentos.
Outro aspecto importante nesse estudo é termos conhecimento da incompatibilidade das egrégoras. As semelhantes são incompatíveis. Por exemplo: um homem pode ter uma egrégora de família, outra de time de futebol, outra de igreja, etc. Porém não daria certo para esse mesmo homem alimentar as egrégoras de duas famílias, dois times ou duas religiões.
Concluindo, podemos entender que seria relativamente fácil conduzir a humanidade para um caminho de menos violência, mais harmonia e paz.  O difícil é que não podemos fazer isso sozinhos. Dependemos do outro. Precisamos uns dos outros para criarmos nosso ambiente saudável e benéfico. Mas termos consciência disso já é o primeiro passo.
Caminhemos...

José Moreira Filho
Acadêmico da ALAMI
moreira@baciotti.com

5 de agosto de 2010

Ser Pai

Ser Pai

Ser pai é ser teleológico
é se projetar para o futuro.
É acreditar na vida mesmo depois da morte.
Ser pai é exigir, treinando a tolerância.
É ensinar sem interferir.
É assistir ao erro torcendo pelo acerto.
É falar sem ser ouvido, é ser deixado para depois.
É abrir caminhos e sinalizar fronteiras.
É saber que sua experiência serve para você, o seu filho deverá ter a dele.
Ser pai é nascer várias vezes, talvez a cada década, mas a cada vez com uma alma nova, com um espírito diferente.
Ser pai é ter fé, é acreditar que o amanhã será melhor que o hoje.
Ser pai é caminhar para o paraíso, mesmo sem a certeza de alcançá-lo.
É deixar pegadas o mais nítidas possível, mesmo sabendo que poderão não ser seguidas.
Ser pai é sentir a dor do filho, é rir o seu riso, é curtir a sua vitória, é formar-lhe o  caráter com palavras tão suaves como mãos habilidosas que moldam um vaso de argila. E com toques sutis fortificar sua vontade de vencer.
Ser pai é dar asas à imaginação, é sonhar um filho rico, poderoso, artista, jogador de futebol, cientista... e talvez, depois, segurar a frustração com alegria nos lábios.
Ser pai é, muitas vezes, abrir mão de carinho, de atenção, de elogios, que a mãe, nem sempre com justiça, precisa direcionar aos filhos. Mas acima de tudo, ser pai é ser abençoado. É colaborar com Deus para o aparecimento de uma nova vida. É ser co-participante do Plano da Criação.
Ser pai é ser um Oleiro Sagrado.

José Moreira Filho
Acadêmico da ALAMI
moreira@baciotti.com

MINHA HOMENAGEM A TODOS OS PAIS

10 de julho de 2010

A Metafísica do Futebol

A Metafísica do Futebol

Observando as Razões da Derrota
Brasileira na Copa do Mundo de 2010

Sílvia Lúcia de Oliveira

"... Assim como hoje o povo do Brasil usa a força do
 pensamento de modo pouco eficaz, com a esperança de obter
metas futebolísticas e de escassa importância real, no futuro o
mesmo povo poderá usar essa força para superar seus desafios
culturais, econômicos, sociais e ambientais." [1]

Perdemos, pois nem sempre se pode ganhar. Óbvio.

Perdemos, porque o time adversário estava vivo, correndo no campo, jogando, disputando a bola e mirando o gol. Óbvio.

Perdemos, posto que para fazer um gol, além do talento, há de se ter um sopro de certeira boa sorte.  Assim como a bola por um triz entra, por outro triz fica de fora da trave que separa o sucesso do fracasso. No placar não são contados os quase gols. Óbvio.

Perdemos, porque há variados talentos, esforços e sortes distribuídos em todas as nacionalidades; não são patrimônios exclusivamente brasileiros. Óbvio.

Perdemos porque não se pode ganhar sempre o jogo, e era só um jogo.  Óbvio.

Tudo isto absolutamente óbvio. Pois estas obviedades trazem lições para a vida, ou podem trazer se forem analisadas.  Muita sabedoria está assim, ao alcance de quem observa aquilo que lhe salta aos olhos. A vida é generosa em situações óbvias, mas a mente desatenta não as enxerga. Absorta em milhares de distrações, pouco reflete e vai perdendo preciosas oportunidades de aprender, de evoluir.

As vivências cotidianas só nos servirão de lembranças se estiverem ligadas a algum aprendizado e aprendemos muito mais coisas com as derrotas do que com as vitórias.  Porém, se buscarmos nas prateleiras de uma livraria,  encontraremos ampla variedade de títulos sobre o mesmo tema: receitas de sucesso.  Se seguidos à risca todos os passos recomendados, raramente alcançamos o mesmo resultado dos autores destes livros.

O sucesso parece como aquela água que se vê ao longe sobre a estrada e que, ao nos aproximarmos, descobrimos ser apenas uma ilusão de ótica. Os sucessos – em quaisquer áreas - são fugazes, passageiros, perigosamente ilusórios. As glórias alcançadas costumam vir acompanhadas da traiçoeira fama, inspirando orgulho e vaidade; insuflando o ego com arrogante autoconfiança. Seu efeito mais danoso pode ser constatado nos percursos meteóricos de alguns conhecidos personagens do mundo das artes e dos esportes - carreiras promissoras destruídas pelos excessos de dinheiro e de fama.

Já as decepções, se bem aproveitados, são capazes de promover positivas transformações.  As derrotas colocam as coisas no seu devido lugar: demonstram a fragilidade humana. Os fracassos são férteis semeadores de pensamentos virtuosos: humildade, autocrítica construtiva, reconhecimento do valor alheio, solidariedade.

Da recente frustração futebolística se podem colher vários aprendizados: a Copa do Mundo não era brasileira por antecipação; os bem pagos jogadores não são heróis e nem estavam a serviço da salvação da pátria. E a pátria amada Brasil tem coisas mais importantes para pensar e para resolver. Óbvio.

NOTA:
[1] Carlos Cardoso Aveline, "O Brasil e a Força do  Pensamento", http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=409 . (Seção temática "Brasil",  em www.filosofiaesoterica.com . )

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O artigo acima foi publicado também no jornal diário "Agora", na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.  Título original: "Perdemos. Óbvio."
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27 de junho de 2010

Razão e Emoção

Razão e Emoção

O escritor libanês Khalil Gibran escreveu certa vez que "a vossa alma é muitas vezes um campo de batalha, em que a vossa razão e o vosso julgamento estão em guerra contra a vossa paixão e o vosso apetite".  Esse pequeno trecho do livro "O profeta" traz a luz a dicotomia existente na cabeça (e no coração) de cada ser humano.

São várias as situações no dia-a-dia que nos levam a pensar duas vezes antes de agir. Talvez com o passar do tempo passamos a enxergar as situações do cotidiano sob novo prisma e somos levados a, talvez temperados pela sucessão de situações já vividas, a dominar a emoção e fazer melhor uso da razão.

Os 12 trabalhos de Hércules já ensinavam sob a figura alegórica do mito que a saída das situações é o uso da cabeça, da reflexão. Dotado de força sobrehumana, literalmente quebrava a cara quando tentava resolver problemas apenas com o uso da força. Porém, quando fazia uso do pensamento crítico e racional, tal como no episódio onde limpou os currais do rei Aúgias desviando o fluxo de rios, ele verdadeiramente solucionava problemas.

De qualquer maneira essa dialética é constante na vida do homem pois nos vemos algumas vezes em situações onde temos a razão obscurecida pelo fervilhar de emoções sejam elas emoções más como a raiva ou a ira  ou emoçoes boas como a paixão. Talvez você já tenha passado por situação semelhante onde quando caiu em si percebeu que havia tomado uma decisão por impulso e caso tivesse pensado com calma e usado a razão não teria tomado o mesmo caminho.

Ao pesquisar a respeito e até mesmo conversar com amigos percebemos que a maior parte das pessoas irá defender a preponderância da razão sobre a emoção sempre e em qualquer situação. Alguns argumentam ainda que a emoção não controlada, não aprisionada, seja uma fraqueza. Porém, vamos tentar analisar um pouco melhor essa discussão: Aristóteles distinguiu as virtudes do homem entre aquelas derivadas da razão, ou virtudes intelectuais como o bom senso e também as derivadas da emoção como por exemplo a justiça e a coragem. Para o grego, ambas deviam conviver pois tem seu valor.

Ou seja, ele valorizou cada um dos lados e procurou encontrar a Justa Medida que deve ser buscada por cada pessoa. As filosofias orientais também conhecem esse pensamento e chamam de "O Caminho do Meio", ou seja, o equilíbrio que deve ser encontrado em situações antagônicas. Porque não deixar ocorrer esse bom combate? Afinal, não está a dualidade sempre presente? Para que discutir por exemplo se o melhor é saber a teoria ou ter a prática? Você precisa dos dois!

Não estou defendendo que devemos viver apenas orientado a sonhos, mas sim que devemos aprender a fazer o bom uso das emoções, da intuição e saber dosar isso com o uso da razão.

Concluo citando mais uma vez Gibran, o qual apimenta essa discussão dizendo "a vossa razão e a vossa paixão são o leme e as velas da vossa alma navegante. Se um de vós navegar e as velas se partirem, só podereis andar à deriva ou ficar imóveis no meio do mar. Pois a razão, só por si, é uma força confinante; e a paixão, não controlada, é uma chama que arde provocando a sua própria destruição".

Tiago Baciotti Moreira, 27 de junho de 2010.

15 de junho de 2010

SUA MAJESTADE, A BOLA

É interessante pensar a vida a partir da bola. Afinal todos nós já tivemos pela vida afora algum momento de contato e de intimidade com ela. Antes de nascer vivemos nove meses dentro de uma. Depois, sugamos nosso primeiro alimento agarrados, grudados numa bola, que anatomicamente nos completa. Depois, o primeiro brinquedo, especialmente se formos um garoto, é uma bola. Vivemos na terra que é uma bola e durante a vida é comum sentirmo-nos numa bola de neve.
Por outro lado, na adolescência e juventude, nosso esporte seguramente é o futebol, hoje para ambos os sexos. Comigo, como não poderia ser diferente, tive meus minutos de glória ao disputar uma partida oficial – Estádio Palma Travassos – quando em derrota fragorosa, para o Comercial, tive o privilégio de marcar o único gol do meu time. Hoje não sou torcedor de nenhuma camisa, talvez por ver o sonho virar comércio e o ideal negociata. Embora, por solidariedade a dois filhos, nutra simpatia pela rubro-negra. Mas quando o Brasil entra em campo, o patriotismo fala mais alto, o Hino Nacional tem um som diferente e realmente o coração vibra mais forte. É talvez o momento em que os brasileiros são 100% solidários, pois são nessas horas, quando os sentimentos afloram de maneira intensa, que o nosso consciente bloqueia outras preocupações, para que o cérebro consiga administrar tanta emoção.
Estamos agora em plena Copa Mundial e já nos preparando para a próxima, da qual seremos sede e que, essa sim, será nosso desafio maior. Pois, podemos até perdê-la dentro do gramado, mas imperiosamente teremos que vencê-la como anfitriões.  E aqui meu temor é grande, pois é uma situação que envolve política e grandes somas em dinheiro, dois ingredientes, que em nosso país, tem dado provas de produzir bolos absolutamente intragáveis.
Torçamos, e por que não, oremos, já que Deus é brasileiro, para que possamos, pelo menos agora, coadunar futebol com seriedade, beleza com eficiência e gastos com honestidade.
Além disso, nossa responsabilidade é enorme com relação a infraestrutura. Estaremos prontos dentro de 4 anos?  Só para citar um exemplo: Para o especialista em uso racional da água, Paulo Costa, diretor da empresa H2C, embora o Brasil seja o primeiro país em disponibilidade de água doce do mundo, a poluição e o uso inadequado comprometem o recurso em várias regiões do país. Essa é uma preocupação sua em relação ao consumo de água durante a Copa. Diz ele: “Como justificar que o país que detém 13% da água doce do mundo, não possui políticas ambientais consistentes para o tema e pode vivenciar racionamento de água durante os maiores eventos esportivos do planeta?”
Bem, cabe às autoridades competentes e responsáveis a ação profícua, no sentido de planejamentos e execuções para que, quando sua majestade entrar no tapete verde, possamos cantar com Jorge Ben Jor : Moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, mas que beleza!

José Moreira Filho
Acadêmico da ALAMI
moreira@baciotti.com

31 de maio de 2010

AS SOMBRAS DA ATUALIDADE

Por que milhares de pessoas estão agrilhoadas nos seus sofás admirando o fundo da caverna? Enfeitiçadas pelas imagens reproduzidas e nem tomam conhecimento da verdade verdadeira? Se esquecendo que “a verdade está lá fora” ? Admiram, acreditam nas sombras vistas e não se dão conta de que a realidade é outra. E aos que se libertam desta letargia e tomam contato com a luz, com o sol brilhante e energizante e tentam alertar os demais, esclarecendo que existe um plano maior sobre tudo e sobre todos, são tidos como loucos. E tal insanidade é castigada com a morte. Assim tudo continua como dantes no reino de Abrantes.
É preciso que os destemidos continuem usando os meios disponíveis para alertar e despertar cada vez mais pessoas para perceberem que, além dessa caverna, existe lá fora um mundo real. Para deixarem esse mundo só de sombras onde estão projetando sua própria imagem na telinha. Mas será necessário muita paciência, pois segundo o autor da alegoria da caverna, Platão, para sair das sombras e se deparar com a luz, deve-se obedecer um processo lento e gradual. A ninguém é possível fazer-se essa transposição instantaneamente. Mas o que é realmente importante é o nosso querer. É preciso que queiramos sair do nosso conformismo patético para conhecermos de fato a realidade. Chega de nos  satisfazermos com as sombras da vida. De aceitarmos como verdadeiro as fraudes que se nos apresentam diariamente.
É preciso duvidar, indagar, questionar. Por que temos que aceitar tacitamente, sem discutir, o que nos apresentam como verdade? As maiores descobertas da vida surgiram da dúvida, da curiosidade. Segundo Platão é necessário que desarmemos o pensamento falso. Então devemos sentar frente a nossa telinha munidos de consciência crítica para conseguirmos filtrar as mentiras, dissecar os processos de convencimentos comerciais capitalistas, para então depararmos com a luz. Mesmo que tenhamos que abrir os olhos devagar, para não sermos cegados pela luz, vale a pena tentar.
Agora é a hora. Vai começar a grande corrida pelo poder. E nessa competição vale tudo. Inclusive e principalmente maquiar a verdade. Fazer sombras tão perfeitas que aos incautos parecem a mais pura e cristalina realidade. Assim, cabe a cada um saber a diferença entre crer na verdade e conhecer a verdade. Cuidado com o que lhe fazem crer, pode ser apenas a sombra da verdade. Porem se buscar o conhecimento, esse sim, lhe levará à realidade.
Afinal, já nos foi ensinado isso há mais de dois mil anos: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João, 8 – 32)

José Moreira Filho
Acadêmico da ALAMI
moreira@baciotti.com

6 de maio de 2010

DEUS É ELA

DEUS É ELA

Tenho pensado que Deus não deveria ser Ele, mas Ela. Isso porque são tantos os atributos de Deus presentes na mãe que seria mais lógico pensar um Deus feminino.
Deus é amor, e o maior reflexo de amor na terra está na mãe. Deus é perdão, e a mãe defende o filho até quando criminoso. Deus corrige e educa, e a mãe desde o berço ensina o melhor caminho a seu filho. Deus não castiga, simplesmente permite a ocorrência de situações adversas a nossa vontade e que nosso conhecimento não consegue compreender, e a mãe vê o filho chorar, brigar por algo que não lhe é permitido, mas que não será para seu bem. Deus conhece seus filhos um a um, é o bom pastor, e a mãe na madrugada, no escuro, sabe qual filho está chegando em casa somente pelo jeito da entrada. Como já disse João Paulo I, o Papa-sorriso: “Deus é Pai e Mãe”. Posição reforçada por Erasmo Carlos em sua canção Feminino Coração de Deus: “O coração de Deus é feminino / É a força de toda criação / Capricho do destino, a mãe da invenção”.
E por que então nos referimos a Deus como masculino, somente como pai? Talvez a história da humanidade nos esclareça isso. A supervalorização do homem, do macho e do provedor em detrimento da valorização da mulher por séculos, com a aquiescência da igreja, vem justificar de certa forma, essa conduta. A historiografia universal foi conduzida sempre sob a ótica masculina. Em todos os fatos históricos a presença masculina é marcante. Noé construiu a Arca, Moisés conduziu seu povo, Os maiores filósofos clássicos foram Sócrates, Platão e Aristóteles, as Grandes Navegações foram feitas por homens.  As Revoluções Industrial e Francesa idem.
Assim sendo parece natural que Deus seja um Homem, mas seria no mínimo justo de nossa parte, evidenciar no papel de mãe todas as características divinas. Deveríamos ter a gratidão social de reconhecer na mãe a presença de Deus e respeitá-la como tal.
É hora, portanto, de repensar essa teologia androcêntrica e perceber mais um Deus da bondade, do amor, do perdão. Um Deus protetor e carinhoso. Um Deus amigo e cúmplice .
Um Deus mãe.

Com meu carinho pelo seu Dia !
Moreira.

ITUIUTABA, Maio de 2010

16 de março de 2010

A DECANTADA DEMOCRACIA

Desde os idos tempos da antiguidade clássica, que romanos e gregos já reverenciavam essa forma de governo que se propõe ser a mais justa e adequada à convivência humana. Porém sabemos que sua história é repleta de incoerências e interpretações eiradas de conveniências.

Etimologicamente esse conceito nos sugere que o povo é quem governa. (Demo + cracia) governo do povo. Sugere também que, com ela, a vontade coletiva ou da maioria está sendo respeitada através da representatividade. Mas hoje, e especificamente no Brasil, são tantas as máscaras que colocam nessa forma de governo, que acabam travestindo-a em faces encantadoras, então aplaudidas pelos menos avisados, mas que na verdade esconde uma realidade cruel sustentando o governo de uma minoria. Onde está a vontade da maioria, por exemplo, quando vemos milhares de pés de laranja serem destruídos pura e simplesmente pela decisão de um grupo que nem identidade social tem? Portanto, juridicamente, nem existe? Essa ação vai despertar realmente a atenção das autoridades para o problema agrário? Por exemplo, a questão da monocultura? Todos sabemos que existem muitos erros em relação à reforma Agrária, mas algum deles justifica esse? Onde está a vontade da maioria, quando o Congresso Nacional, composto por nossos representantes legítimos, decide coisas sabidamente polêmicas e que na verdade vem de encontro a vontade popular? Exemplo A PEC 336/2009. Agora mesmo, precisamos acompanhar para ver no que dá, o projeto de iniciativa popular, avalizado por 1,3 milhão de assinaturas e batizado de “Ficha Limpa”, que impede a candidatura de pessoas com certas pendências judiciais. Muitos dos que vão votar esse projeto, são exatamente os “Fichas Sujas”. E aí? Quem está acostumado a legislar sempre em causa própria vai agora atender o clamor da massa?

Essa é a nossa democracia. A forma de governo que escolhemos e da qual poderíamos dizer: ruim com ela, pior sem ela. Mas é possível melhorá-la e fazê-la realmente representativa. Justamente com iniciativas como o Projeto de Lei encabeçado pelo (MCCE) Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral formado por 42 entidades. É tomando consciência da nossa força, como cidadão-eleitor, que podemos contribuir para a mudança. Claro que essa conscientização não cai do céu. É preciso buscá-la através da instrução, da leitura, da escola, da igreja, enfim da freqüência a ambientes sadios e da companhia de pessoas dignas.

Fora isso, só nos resta mesmo a constatação de Eça de Queiroz: “Os políticos e as fraldas devem ser mudados constantemente e pela mesma razão”

José Moreira Filho
Acadêmico da ALAMI
moreira@baciotti.com

15 de março de 2010

Onde estão os programadores casuais?

Como comentei em um artigo anterior, tive a sorte de começar a mexer em computadores ainda na época do MS-DOS. Naquela epóca, era interessante pois, talvez ajudado pela idade e cabeça livre de preocupações, passava boa parte do tempo envolvido em projetos pessoais totalmente por hobby. Por exemplo, eu não gastaria hoje várias semanas para montar um pseudo-clone de Space Invaders em modo texto. Pois é... eu fiz isso em Clipper.  Setas para direita e esquerda movimentavam a nave e o espaço atirava. E como não poderia faltar adicionei também algumas cheats.

Numa outra oportunidade, já trabalhando com Visual Basic 4, desenvolvi um jogo de xadrez. Não tinha nem chegado ao ponto de colocar as imagens das peças, mas toda a lógica já tinha evoluído bastante. Ainda no Visual Basic, peguei o projeto do joguinho "Nave" lá do Clipper e o construí também no Visual Basic. Bem mais fácil agora, visto que tanto as naves inimigas quanto o nosso herói eram objetos separados e a linguagem orientada a eventos ajudava bastante.

Ambos foram exemplos interessantes para os alunos nas aulas de programação que eram dadas nas pequenas escolas de informática que trabalhei em Ituiutaba. E influenciaram, em parte pelo menos,  alguns alunos a desenvolverem joguinhos simples também. Passava o tempo e ao mesmo tempo "afiava o machado" do candidato a programador.

Seria uma época mais propícia que hoje? Seria a ausência da Internet que nos permitia passar horas e horas no computador programando, melhorando e testando um código sem um MSN nos tirar o foco o tempo todo? Sem a vontade de checar o email a cada 5 minutos? Ou, seriam as ferramentas da época menos formais e mais próximas das pessoas comuns? Ferramentas que instigavam a qualquer pessoa, tendo apenas curiosidade e vontade de aprender, a arriscar algumas linhas de código.

Bom, esse pequeno relato é apenas para chegarmos no ponto pretendido, que é a pergunta título desse artigo. Não sei ao certo, mas hoje aparentemente temos menos programadores hobbystas, casuais mesmo, que a uns 10 anos atrás. Arriscando um palpite, creio que parte disso se deve ao fato que as linguagens antes pareciam mais próximas e amigáveis que atualmente. O próprio Visual Basic, que hoje recebe mençoes não muito honrosas pelos programadores atuais, ajudou contadores, administradores, técnicos em eletrônica, professores, escritores, etc, a desenvolver programas. Pessoas tidas como leigas em informática aprendiam e desenvolviam seus próprios programas que poderiam ser um controle de estoque, por exemplo, ou o que lhes desse na cabeça.

Ok, é claro que isso foi numa época que as leis fiscais não exigiam ainda impressoras fiscais e relatórios a serem apresentados, mas mesmo assim víamos pessoas de diferentes áreas a programarem.

Reforço a pergunta: Onde estão os programadores casuais? Ou melhor, onde estão as ferramentas que ajudaram a propiciar isso? Seria o Python, por exemplo, uma dessas linguagens mais próximas das "pessoas comuns"? Embora, é claro, não possua uma IDE visual como o já citado VB possuía, o Python propicia um desenvolvimento bem simples e as pessoas podem aprender noções de programação com ele sem dúvida. O VB .Net em sua versão Express, embora hoje não seja muito adepto de ferramentas Microsoft, confesso que seria sem dúvida também um candidato a ocupar esse cargo.

Talvez os puristas poderiam levantar a bandeira nesse momento de que programadores precisam conhecer as convenções, os diversos frameworks do Java, bem como todos os conceitos relacionados ao mundo Java ou .Net. Mas vejam bem que minha pergunta aqui é onde estão, de forma análoga aos antigos hobbystas que liam a Saber Eletrônica a uns anos atrás para soldar componentes em uma placa de circuito impresso, aqueles que nas horas vagas enveredavam-se por linhas de código inicialmente por mera curiosidade.

Arrisco ainda, sem querer ser o dono da verdade, que muitos que começaram a programar como hobby sem nunca terem tido uma educação formal na área de informática (na época uma opção era faculdade de "processamento de dados" não era?) hoje estão atuando profissionalmente na área. E começaram desse jeito. Hoje parece difícil para as pessoas entenderem que para darem os primeiros passos na área basta curiosidade. Talvez seja por isso que ainda me perguntam como trabalho  com informática se me formei em Administração. Tá bom, eu gosto mesmo de contar essa história.


Tiago Baciotti Moreira

Biografia de Paulo Coelho: O Mago



Terminei recentemente de escutar a biografia de Paulo Coelho escrita por Fernando Morais. Foram várias viagens para completar toda a audição. Gostei do livro. Já tinha lido bastante Paulo Coelho mas faziam alguns anos que não lia nada novo do escritor. De qualquer maneira o livro mostra como nasceu o escritor Paulo Coelho e como cada evento de sua juventude e idade adulta corroboraram para torná-lo no fenômeno editorial que hoje é.

Mostra também diversos episódios na vida do autor que influenciaram suas obras, como por exemplo quando o autor percorreu o caminho de Santiago.

Bom, logo depois que concluí o livro me lembrei que há alguns anos havíamos encontrado na internet algumas frases retiradas de livros do autor e as disponibilizamos na Internet. Existe inclusive um serviço para recebimento destas frases por email gratuitamente.

Cadastre-se para recebê-las!

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12 de março de 2010

Hora do Planeta 2010


Existe uma campanha interessante para no dia 27 de março apagar todas as luzes por 60 minutos (20:30-21:30) como forma de protesto ao aquecimento global. Participe divulgando também essa proposta.

10 de março de 2010

Eu gostava do MS-DOS

Comecei a utilizar computadores em 1989 aproximadamente quando tive contato com os computadores MSX da Gradiente. Era interessante utilizar códigos Basic para desenvolver programinhas e joguinhos bem simples apenas fazê-los depois funcionar na tela da televisão ou em um antigo monitor. Era época de se usar CLoad e CSave para gravar os dados em fitas K7 através de um gravador ligado ao micro.



Já em 1990 comecei a fazer um curso de informática na Cedeminas Informática, que funcionava no terceiro andar do edifício Ituiutaba em Ituiutaba-MG. Fizemos 1 mês só de aulas teóricas pois os computadores ainda não tinham chegado de São Paulo.  Ainda me lembro da primeira vez que liguei o PC-XT e o vi contar de 0 a 640Kb de memória pelo monitor de fósforo verde de 12 polegadas. Não usávamos HD (winchester como era mais conhecido!) e tínhamos os drives A e B para poder trabalhar com o sistema.

Aliás o sistema operacional era o MS-DOS versão 3.3, o qual levava um tempinho para ligar e depois nos deixava ali de cara com um "A>" na tela piscando nos desafiando a conversar com ele. Pois é, os primeiros comandos, os curingas para tratamento de arquivos e os temidos comandos "internos" e "externos". Isso sem contar nos arquivos em lote, no config.sys e o edlin. Não, não se usava mouse. Não, não haviam ícones na tela. Não, eu não tinha um pendrive.

Para se usar outro programa qualquer a saída era trocar de disquetes (que eram de 5,25 polegadas) e executar o outro software. O editor de textos era o Fácil 5.0 que possuía proteção contra cópias exigindo um disquete original em cada máquina. A planilha eletrônica era o Lotus 1-2-3 que você executava digitando 123 no prompt de comando (Isso, prompt era o nome do "A>" na tela). Fazíamos planilhas incríveis somente no modo texto. Aliás as funções de planilha evoluíram bastante hoje, mas já naquela época utilizávamos funções equivalentes ao SOMA ou PROCV do Excel. E a divisão em linhas e colunas utilizada hoje também já existia ali.



Eu gostava do MS-DOS. É claro que pilhas e pilhas de disquetes (ordenadamente dispostos em uma "disqueteira") davam um pouco de trabalho quando precisávamos achar um programa específico mas também parte da diversão era justamente catalogar tudo, escrever nas etiquetas e tomar cuidado para não dobrar os discos.

Os primeiros passos nas linguagens de programação depois das parcas vezes que usei um MSX foram dados no gwbasic, dbase III Plus e por fim Clipper. Foi aí que me interessei por programação pra valer! O famoso "livro com a capa do navio" do Ramalho era meu companheiro para aprender os comandos do clipper versão Summer 87 nos quase 5 minutos de compilação e linkedição antes que o programa pudesse ser executado.



Adaptação e evolução. Era isso que fazíamos: nos adaptar. Criar discos na (pequena!) memória RAM do equipamento através do ramdrive.sys e ali armazenar o command.com para não ter que voltar o disco de sistema quando se saia de qualquer programa. Utilizar o SideKick para tentar burlar a característica mono-tarefa (Era Ctrl+Alt para ativar não era?)

Eram bons tempos. Já imaginou se hoje você fosse capaz de executar um único programa de cada vez em seu computador? A trivial multitarefa que te permite mudar tudo com um Alt+Tab de hoje ainda não existia. E me responda, você hoje teria um computador em casa se não houvesse internet? Não havia Internet e mesmo assim passávamos horas e horas estudando, testando programas da caixa de disquetes que pegamos emprestado e... jogando!

(nem no google images achei foto do Prince monocromático)

Prince of Persia era o jogo do momento. Movimentos reais, gráficos de última geração, música através do alto-falante do micro e MUITA diversão.

E sabe porque valeu a pena ter passado por tudo isso? Acho que alicerces para tudo que temos hoje nessa área.
Hoje a maior parte dos profissionais de informática com quem converso começaram a utilizar computadores com mouse e monitor colorido. Excelentes profissionais sem dúvida mas não viveram isso... humm deixa isso pra lá. Tô ficando velho.

28 dicas para escrever melhor

Há muito tempo atrás eu tinha lido um excelente texto com dicas de como escrever melhor. Nunca me esqueci de um trecho deste texto onde se fala:

Evite mesóclises. Repita comigo: "mesóclises: evitá- las-ei!"

Por coincidência descobri esse texto no blog Análise de Textos, blog que encontrei ao pesquisar sobre o que mais os seguidores do baciotti.com lêem.

O blog contém muitas dicas de português sem ser maçante e nos ajuda a coibir os pequenos erros que todos nós cometemos.

Não sei quem é o autor desse texto, mas caso alguém saiba me informe que já atualizo.

Bom, seguem as dicas:

  1. Vc. deve evitar abre., etc.
  2. Desnecessário faz-se empregar estilo de escrita demasiadamente rebuscado, segundo deve ser do conhecimento inexorável dos copidesques. Tal prática advém de esmero excessivo que beira o exibicionismo narcisístico.
  3. Anule aliterações altamente abusivas.
  4. "não esqueça das maiúsculas", como já dizia dona loreta, minha professora lá no colégio alexandre de gusmão, no ipiranga.
  5. Evite lugares-comuns assim como o diabo foge da cruz.
  6. O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.
  7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.
  8. Chute o balde no emprego de gíria, mesmo que sejam maneiras, tá ligado?
  9. Palavras de baixo calão podem transformar seu texto numa merda.
  10. Nunca generalize: generalizar, em todas as situações, sempre é um erro.
  11. Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.
  12. Não abuse das citações. Como costuma dizer meu amigo: "Quem cita os outros não tem idéias próprias".
  13. Frases incompletas podem causar
  14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez. Em outras palavras, não fique repetindo a mesma idéia.
  15. Seja mais ou menos específico.
  16. Frases com apenas uma palavra? Jamais!
  17. Em escrevendo, não se esqueça de estar evitando o gerúndio.
  18. A voz passiva deve ser evitada.
  19. Use a pontuação corretamente o ponto e a vírgula especialmente será que ninguém sabe mais usar o sinal de interrogação
  20. Quem precisa de perguntas retóricas?
  21. Conforme recomenda a A.G.O.P., nunca use siglas desconhecidas.
  22. Exagerar é cem bilhões de vezes pior do que a moderação.
  23. Evite mesóclises. Repita comigo: "mesóclises: evitá- las-ei!"
  24. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.
  25. Não abuse das exclamações! Nunca! Seu texto fica horrível!
  26. Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da idéia contida nelas, e, concomitantemente, por conterem mais de uma idéia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçando, desta forma, o pobre leitor a separá-la em seus componentes diversos, de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.
  27. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língüa portuguêza.
  28. Seja incisivo e coerente, ou não.
E você? Tem mais alguma sugestão? ;-)

9 de março de 2010

Para que tornar-se um seguidor do site?

Seguindo a tendência do twitter o google possui o recurso de SEGUIR um site, tornando-os verdadeiras comunidades.
Mesmo que você não tenha uma conta no Google, através do recurso de OpenID você pode começar a seguir esse site ou qualquer outro fazendo o login com sua senha do Twitter, Yahoo ou outros!
Nenhum site guarda sua senha ou qualquer outra informação. Você apenas faz seu login para se tornar um seguidor!
Teste agora! Basta clicar no botão SEGUIR que está do lado direito do blog.
Se você já estiver logado em seu email, por exemplo, não será nem mesmo necessário digitar a senha.

7 de março de 2010

Videotice aguda

VIDEOTICE AGUDA

      Hoje, o meu intuito ao escrever, é principalmente para externar minha consciência sobre a tentativa da TV (leia-se Globo), em subestimar demasiadamente minha inteligência.  Pois é isso que essa rede de televisão está fazendo quando submete o telespectador a alguns programas de tão ínfimo conteúdo. Detenhamos, por exemplo, no famigerado BBB (Big Brother Brasil). Cenas com 100% de futilidades, inversão de valores e degradação moral em horário nobre de programação. E ainda está sendo muito bem paga para isso, pois segundo contas feitas por José Neumani -Jovem Pan, a cada paredão a emissora embolsa, só com os telefonemas dos telespectadores, mais de 8 milhões de reais. E lá estão nossos heróis, segundo Bial, sofrendo horrores dentro daquela singela casa. Segundo ele mesmo prometeu aos telespectadores: “um zoológico humano divertido”. O que ganhamos, por exemplo, ao assistirmos cenas de bate-boca por intermináveis minutos, com direito inclusive a palavras de baixo calão?  E o que dizer das cenas de nudismo patrocinadas por elementos de variadas tendências sexuais? Que serviço essa emissora está prestando a população com tal programa? É necessário ver isso para entender o comportamento humano? Se dermos uma olhadinha nas novelas então, fica patente a troca da regra pela exceção. A tal da Viver a Vida, por exemplo, é uma verdadeira apologia a infidelidade. Pelo raciocínio do novelista, fica a impressão de que  a poligamia é natural, aceita sem espanto por todos. Daqui a pouco torna-se regra em nossa sociedade.  Criticamos tanto a violência ao nosso redor, mas grande parte do que a mídia mostra em sua programação jornalística, noticiosa e mesmo humorística está eivada de cenas violentas. É um incentivo, um estímulo a conquista pela força. Isso tudo parece até que nos anestesia, frente aos horrores da violência e acabamos por achar natural, por exemplo, uma turba enfurecida de torcedores fazerem da cabeça de um adversário, a própria bola.
      Essa videomania, na verdade embota nossas mentes e nos tira a oportunidade de pensar, nos rouba a chance da reflexão. Quando não nos tira também o espaço para um dialogo com a família.
      Pessoas com capacidade intelectual e consciência crítica formada, naturalmente consegue filtrar esses impulsos. E ninguém lhes tira o direito de assistirem na televisão o que quiserem, mas mentes despreparadas, principalmente crianças e adolescentes, acabam tomando a mentira pela verdade, o errado pelo certo, o iníquo pela equidade. Assim sendo, somos obrigados a concordar com o Rui:  “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha  de  ser honesto”.
      Que Deus nos ilumine a todos, aos pais para exemplificarem-se a seus filhos, aos professores para abrirem as mentes de nossa juventude, às autoridades religiosas para conseguirem colocar cada vez mais verdades sólidas no coração das pessoas.
     Que possamos, aos poucos, encontrar uma vacina contra esse terrível mal que ataca o raciocínio de nossa juventude, impedindo-os de diferir o bem do mal. Para que tenham forças para  quererem o indispensável em detrimento do supérfluo,  valorizar a solidez do amor e abandonar a insensatez do ódio,  suprir-se de satisfação com o suficiente invés da ganância desenfreada, e principalmente  lutar com todas as forças pela paz no universo, cavando profundas masmorras à estupidez da guerra.
José Moreira Filho
Acadêmico da ALAMI
moreira@baciotti.com

5 de janeiro de 2010

O Tempo é de Deus

Final de um ano, chamado de velho e princípio de outro, que gostamos de chamar de novo. Aliás, isso reflete bem a nossa cultura de desprezo ao que tem muita idade e acatamento imediato ao que acaba de chegar. Mas de qualquer forma, isso nos leva sempre a uma reflexão: balanços, mudanças, colheitas. Avaliamos o  que fizemos de errado, prometemos mudanças e inexoravelmente colhemos os frutos de nossa atividade anual. Até me vem à lembrança um refrão bem caipira, dos  matutos de nossa Minas Gerais: Quem pranta, cói. Essa é, na verdade, uma lei natural e implacável. Vale para os negócios, para o emprego, para o trabalho, para o amor, enfim para a vida. A sua colheita no final de um ano, de uma fase da vida, de uma temporada é sempre de acordo com o que você plantou. Infelizmente isso não se aprende nos livros, ou na escola. Aprende-se a viver, vivendo. É preciso ser sábio para não cair nas peças que nos prega a vida. Se não, aprende-se a viver quando já não se tem mais tempo para ela.

Basta-nos um olhar mais atento e deparamo-nos com inúmeras situações desta natureza. Orgulhosos que são desprezados, valentões que são humilhados, espertos que são desmascarados e criminosos que são condenados. É questão de tempo. Até porque é muito válida a máxima que diz: o nosso tempo não é o tempo de Deus.

A propósito, gostaria de aproveitar a oportunidade e em nome de meus leitores, cumprimentar a todos os leitores da coluna da ALAMI, desejando que façam um verdadeiro balanço desse ano que se finda e que 2010 seja de colheitas fartas, resultado de semeaduras corretas. Que você tenha Dois Mil e Dez motivos para ser feliz.

Quanto a mim, no apagar das  luzes desse ano de 2009, quero agradecer muito e pedir pouco.

Na verdade,

Eu só peço a Deus que me dê forças.

E que toda a força do meu ser tenha origem na força maior de Seu Espírito.

Que minhas palavras tenham força para serem ouvidas como paz, e não como modelo.

Que minha postura tenha força para ser vista como humana, e não como divina.

Que meu exemplo tenha força para comover e nunca para remover.

Que meu trabalho tenha a força  da  transformação do bom no melhor.

Que o meu sorriso tenha sempre a força da transparência da  sinceridade, e nunca o opaco da dissimulação.

Que meu olhar tenha a força do convencimento das verdades que acredito.

Que minha vida tenha sempre a força para impregnar o meu ser do que realmente necessito, e não do que simplesmente  quero.

E que, finalmente, minha morte tenha a força para unir os corações daqueles que sempre amei.

José Moreira Filho

Acadêmico da ALAMI

moreira@baciotti.com