Estamos num ano eleitoral. Mais uma vez iremos às urnas para escolhermos aqueles que queremos para nos representar e gerir nosso destino enquanto sociedade, tanto na alçada estadual quanto na federal. Hoje felizmente com urnas seguras, eficazes e até modelo para outros países,
Eleição direta e secreta é uma conquista bem recente. Todos sabemos que do início da República até meados do século passado o "voto de cabresto" é o que realmente vigorava. Hoje não existe mais esse tipo de "coronéis", tão explícitos e naturais. O voto deve ser secreto, mas muitos de nós ainda permitimos que nos cabresteiem vergonhosamente, que tentem comprar nosso voto com promessas de todo tipo, com favores, barganhas, cestas básicas e tantas outras estratégias nada democráticas.
A responsabilidade por esse jogo vergonhoso é toda daquele que se permite manipular. Temos que valorizar a nossa escolha, ter senso crítico, votar e depois acompanhar o trabalho do nosso candidato, questionar sua atuação e cobrar. Mas na grande maioria das vezes, depois de alguns dias sequer nos lembramos em quem votamos. Daí fica muito difícil e somos obrigados a conviver com todo tipo e diversidade de corrupção, desvios de verba pública, favorecimentos ilícitos, cartões corporativos, etc. Se nossos políticos, próximos ou não, atuam mal, a culpa é sempre nossa, com ou sem justificativas.
Portanto, desconfiemos sempre dos políticos que sobem nos palanques e só criticam os adversários e seus planos de governo e dizem pouco de seus próprios planos. Desconfiemos dos políticos que prometem resolver problemas fora de sua alçada; que fazem promessas miraculosas, quando não vazias; desconfiemos dos políticos que quando questionados, divagam, fingem responder ou respondem outra coisa insultando a inteligência de quem pergunta ou de quem assiste ao debate; desconfiemos dos políticos que só nos reconhecem na época de eleições e até nos chamam pelo nome, que dizem que a educação é prioridade, que a saúde é prioridade e que o emprego é prioridade mas que nunca saem dos discursos. Observemos o respeito no trato com os adversários e com o povo. Observemos a transparência das ações e a possibilidade do cumprimento das promessas. Enfim, fiquemos severamente de olho nos "salvadores da Pátria".
Não saberia dizer se o brasileiro sabe votar ou não. Só com muita certeza afirmo que os políticos são tão bem preparados, tão bem treinados e produzidos para disputar as eleições que nos confundem e nos enganam. Fica difícil "separar o joio do trigo".
Outras certezas : temos de nos ligar mais , descobrir os bons políticos que estão no processo, porque existem; não nos acostumarmos jamais com as falcatruas que vemos a todo momento em todas as esferas públicas e lutar para que os verdadeiros valores com os quais fomos educados realmente triunfem.
Lembro-me de Maquiavel quando em sua obra "O Príncipe" diz que o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente. Realmente os fatos estão aí para quem quiser ver.
Mas me lembro também que enquanto existir o ser humano, a esperança também existe.
José Moreira Filho
Acadêmico da ALAMI
moreira@baciotti.com
Muito Interessante e Importante para todos os eleitores.
ResponderExcluirConcordo plenamente com você, Sr. Jose Moreira Filho.
ResponderExcluirA população facilmente se deixar levar pela boa propaganda, suas belezas demostradas em campanhas eleitorais, onde só aparece a mágica ilusoria de se fazer tudo em quatro anos num País de tantas diversidades culturais.