5 de janeiro de 2010

O Tempo é de Deus

Final de um ano, chamado de velho e princípio de outro, que gostamos de chamar de novo. Aliás, isso reflete bem a nossa cultura de desprezo ao que tem muita idade e acatamento imediato ao que acaba de chegar. Mas de qualquer forma, isso nos leva sempre a uma reflexão: balanços, mudanças, colheitas. Avaliamos o  que fizemos de errado, prometemos mudanças e inexoravelmente colhemos os frutos de nossa atividade anual. Até me vem à lembrança um refrão bem caipira, dos  matutos de nossa Minas Gerais: Quem pranta, cói. Essa é, na verdade, uma lei natural e implacável. Vale para os negócios, para o emprego, para o trabalho, para o amor, enfim para a vida. A sua colheita no final de um ano, de uma fase da vida, de uma temporada é sempre de acordo com o que você plantou. Infelizmente isso não se aprende nos livros, ou na escola. Aprende-se a viver, vivendo. É preciso ser sábio para não cair nas peças que nos prega a vida. Se não, aprende-se a viver quando já não se tem mais tempo para ela.

Basta-nos um olhar mais atento e deparamo-nos com inúmeras situações desta natureza. Orgulhosos que são desprezados, valentões que são humilhados, espertos que são desmascarados e criminosos que são condenados. É questão de tempo. Até porque é muito válida a máxima que diz: o nosso tempo não é o tempo de Deus.

A propósito, gostaria de aproveitar a oportunidade e em nome de meus leitores, cumprimentar a todos os leitores da coluna da ALAMI, desejando que façam um verdadeiro balanço desse ano que se finda e que 2010 seja de colheitas fartas, resultado de semeaduras corretas. Que você tenha Dois Mil e Dez motivos para ser feliz.

Quanto a mim, no apagar das  luzes desse ano de 2009, quero agradecer muito e pedir pouco.

Na verdade,

Eu só peço a Deus que me dê forças.

E que toda a força do meu ser tenha origem na força maior de Seu Espírito.

Que minhas palavras tenham força para serem ouvidas como paz, e não como modelo.

Que minha postura tenha força para ser vista como humana, e não como divina.

Que meu exemplo tenha força para comover e nunca para remover.

Que meu trabalho tenha a força  da  transformação do bom no melhor.

Que o meu sorriso tenha sempre a força da transparência da  sinceridade, e nunca o opaco da dissimulação.

Que meu olhar tenha a força do convencimento das verdades que acredito.

Que minha vida tenha sempre a força para impregnar o meu ser do que realmente necessito, e não do que simplesmente  quero.

E que, finalmente, minha morte tenha a força para unir os corações daqueles que sempre amei.

José Moreira Filho

Acadêmico da ALAMI

moreira@baciotti.com