13 de agosto de 2012

7 Lições Olímpicas

[Fonte: 7 Lições Olímpicas:]


Eu não gosto muito de assistir TV, mas abro uma honrosa exceção para as Olimpíadas, basicamente por 2 motivos. Primeiro, porque elas ocorrem só de 4 em 4 anos, e duram somente 2 semanas, apresentando um leque bastante diversificado de competições para assistir; e, segundo (e mais importante), porque as histórias de vários atletas rendem metáforas muito interessantes com a vida nossa de cada dia, e podem, portanto, render muitas lições de vida. Abaixo vão sete lições olímpicas dessa que é a primeira olimpíada acompanhada pelo blog Valores Reais.
1. Nunca é tarde para começar de novo.
Hiroshi Hoketsu em ação nos Jogos Olímpicos de Londres 2012

Onde você estava em 1964? É provável que você não estivesse em lugar algum. Aliás, é bem possível que seus pais sequer tivesse nascidos nessa época. :-D
Pois esse atleta aí em cima, do Japão, já estava competindo no hipismo, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no remoto ano de 1964, ano esse em que o Brasil começava a viver no período obscuro da ditadura militar, o Índice Bovespa nem existia, e Pelé acabava de conquistar o bicampeonato mundial com o Santos. Bom, Pelé já está aposentado há muito tempo, e Hiroshi Hoketsu também havia resolvido se aposentar das competições logo que os Jogos Olímpicos de 1964 terminaram.
Mas eis que, em 2003, ele resolve voltar aos treinamentos, conseguindo se classificar não só para as Olimpíadas de 2008, como também agora para os Jogos de Londres 2012, 48 anos depoisMEIO SÉCULO DEPOIS – de sua primeira participação olímpica. Apesar de não ter conseguido obter classificação para as finais, Hoketsu, atleta olímpico de 71 anos, é um dos exemplos mais emblemáticos, extraídos dos Jogos, de que nunca é tarde demais para começar de novo.
2. Ser brasileiro é não desistir nunca.
Esse cara aí da foto merece todo nosso respeito. Diogo Silva é um batalhador, um verdadeiro guerreiro, do taekwondo. Mesmo contando uma precária estrutura para praticar esporte, e lutando contra todo tipo de adversidades, incluindo falta de apoio tanto do setor público quanto do setor privado, numa modalidade esportiva que definitivamente não é das mais reconhecidas no Brasil, Diogo chegou ao 4º lugar em duas Olimpíadas, Atenas 2004 e Londres 2012. Ou seja, está conseguindo se manter na elite de sua modalidade esportiva durante cerca de uma década, o que não é pouca coisa. Agora, imagina se ele tivesse o mesmo apoio e a mesma atenção que recebem certas modalidades futebolísticas recebem em terras tupiniquins…
3. Descubra sua paixão, e você poderá ficar mais de 40 anos no topo
Tão impressionante quanto a história de Hiroshi Hoketsu é aquela vivenciada pelo canadense Ian Millar. Se Hoketsu pode se orgulhar de ser um atleta olímpico setentão, Millar não fica muito longe, pois tem 65 anos. Só que tem um detalhe: Millar competiu em Londres em sua décima Olimpíada. Exatamente. São DEZ Jogos Olímpicos nas costas, sendo a primeira em Munique 1972. Além de ser o recordista de participações olímpicas em todos os tempos, Millar é também um exemplo de perseverança, pois conquistou sua primeira medalha olímpica nos Jogos de Pequim 2008 (bronze no salto por equipes), ou seja, 36 anos depois de sua primeira participação em Olimpíadas.
Em entrevista para o UOL Esporte, ainda às vésperas dos Jogos de Pequim 2008, ele afirmou que:
“Sempre foi fascinado por cavalos e apaixonado por tudo que dissesse respeito a eles. “Quando eu tinha dez anos tive a primeira oportunidade de montar. Foi em um pônei. Uma vez que comecei, nunca parei de encontrar oportunidades para competir.”
Você consegue se imaginar entre os melhores de sua área de atuação durante mais de 4 décadas? Ian Millar consegue.
4. Seja compulsivo em sua preparação. Dedique-se à exaustão. Um dia você vai chegar lá.
O britânico Andy Murray é um tenista persistente. Nos últimos 4 anos, terminou em 4º lugar no ranking da ATP, sempre atrás do trio Federer/Nadal/Djokovic. No competitivo circuito atual, tem-se que treinar muito para conseguir competir de igual para igual com os melhores. E ele é a prova viva da intensa dedicação aos treinamentos, pois ele sabia que, para superá-los, seria preciso se esforçar muito, mas muito mesmo. Já mencionamos um artigo no Twitter, que descreve um pouco da obsessão dele em trabalhar cada vez mais forte para conseguir resultados de excelência:
“Ele é compulsivo em termos de treinamento, táticas, dieta, levantamento de pesos, equipamento, piques de corrida, alongamento, banhos de gelo, massagens, sono. Ele acrescentou massa muscular a seu corpo ainda enxuto e perdeu gordura corporal. Murray consultou um psicólogo esportivo, submeteu-se a testes de intolerância alimentar e – como o sérvio Djokovic – reduziu sua ingestão de glúten a quase zero. Ele contratou treinadores, despediu treinadores, estudou horas de vídeo”.
Em Wimbledon, na mesma quadra onde havia perdido o Grand Slam duas semanas antes, e contra o mesmo Roger Federer, Andy Murray finalmente desencantou, com incontestáveis 3 sets a 0 contra o atual nº 1 do mundo, para finalmente ganhar a medalha de ouro no torneio de tênis.  Uma prova viva de que, com dedicação total aos treinamentos, os resultados acabam aparecendo. Mais cedo ou mais tarde. E você? Está se preparando o suficiente para ser o melhor em sua área?
5. Sempre existirão pessoas dispostas a te jogar pra baixo. Ignore-as.
Acompanhei com atenção, nesses últimos dias, os blogueiros e comentaristas especializados em vôlei, que afirmavam que a seleção feminina do Brasil era “zebra”, que não iria muito longe, que tinha que ficar muito contente com a medalha de prata, patati patatá. E as jogadoras dessa seleção fizeram a coisa certa: ignoraram completamente essas críticas, concentrando-se apenas em seu jogo e em seu trabalho. Agir com confiança, ter controle mental, e saber lidar com adversidades são algumas das qualidades que fizeram esse time ter uma campanha incrível nas Olimpíadas.
E você? Pra quê continuar dando bola para as críticas infundadas de gente que mal te conhece?
6. Não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez.
Assim que concluiu sua apresentação nas argolas, o chinês medalha de prata já estava comemorando antecipadamente a medalha de ouro que nunca viria a conquistar. Olhava para as câmeras e fazia o sinal de “primeiro” (o mesmo que Sebastian Vettel faz quando consegue as poles nos treinos classificatórios da Fórmula 1), como se a competição já estivesse definida. Afinal, tetracampeão mundial, o que poderia dar errado?
Eis que surge o Arthur Zanetti, que, com uma estratégia ousada, não titubeou, e fez uma apresentação perfeita, que lhe rendeu a medalha de ouro, a primeira da história da ginástica brasileira. Méritos totais para ele que, assim como o Murray, a Sarah Menezes e tantos outros campeões olímpicos, apresenta uma dedicação impressionante aos treinamentos. Para quem se dedica tanto, o resultado uma hora vem.
7. Divirta-se.
Só se vive uma vez a vida. Faça como Usain Bolt: não a leve tão a sério. :-D
É isso aí!
Um grande abraço, e que Deus os abençoe!

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