2 de outubro de 2009

O Pensamento Eficiente

Você já parou alguma vez para refletir sobre o pensamento? O que seria esse processo eletroquímico que impulsiona o mundo? Pois na verdade, tudo que ocorre no mundo, tem seu princípio nessa fração de segundo, quando um neurônio excitado formula e transmite uma informação. Daí surgem as idéias, que se agrupam, se ordenam e se multiplicam, provocando os fatos. E os fatos nos envolvem. Neles participamos ativa ou passivamente, dependendo do nosso grau de conscientização. Às vezes deixamos acontecer e nos contentamos só em reclamar. Não nos damos o trabalho de pensar. É comum ouvirmos a expressão: Ah! não quero nem pensar. Porque pensar dá trabalho. Principalmente se quisermos pensar logicamente. O grande racionalista Descartes, descobriu que existia, porque concluiu que pensava - cogito ergo sum. E nós no Brasil estamos carecendo muito de descobrir que existimos. Que estamos vivos e precisamos assumir as rédeas de nossa história.
Bem, mas pensar só não é suficiente. É preciso pensar com lógica e conjuntamente. É preciso encontrar uma alternativa de poder, sempre democrática, mas premiada pela ética, que privilegie a participação direta do cidadão, que o faça sentir realmente dono de seu destino, responsável pelas realizações governamentais.  Medidas tomadas nas caladas das noites, processos votados sob a égide de negociatas clandestinas, só aumentam a apatia política da sociedade. É preciso pensar, para o Brasil contemporâneo, um modelo que resgate a eficiência da democracia participativa. Que concretize a cidadania, sob pena de se avolumar cada vez mais, a desconfiança na suficiência desse modelo para a solidificação de uma democracia plena.
Portanto, é necessário o exercício do pensamento para conseguirmos extirpar o mito de que votando no “menos ruim” estamos cumprindo o nosso dever de cidadão. Essa teoria, na verdade, está tão somente retirando dos políticos todo o ônus das mazelas sofridas pela sociedade e jogando-o sobre os ombros do cidadão-eleitor que não sabe escolher seus representantes. Assim, o cidadão passa de vítima a culpado.
Isso posto, se refletirmos sobre nossa situação política, iremos saber que existem alternativas para o modelo democrático atual e que talvez possam ser melhores para o nosso caso. Podemos sim abdicar desse regime, sem no entanto ter que cair no outro extremo e ter que aturar regimes totalitários. Mas também sem ter que assistirmos a um regime de direitos de grupos, que em nome dessa democracia, privilegia determinados setores em detrimento de outros. Saberemos ainda que é natural essa situação se considerarmos a crise de legitimidade vivida pela democracia no final do século XX.
Cabe-nos portanto “esquentar a cabeça” , por os neurônios para funcionar e trocar as idéias surgidas. Com sinceridade e sem partidarismo. Com otimismo e sem vinganças políticas. Com diálogo, mas com firmeza de posições e conhecimento de causa.
Assim podemos lembrar daqueles dois viandantes que se cruzam em uma estrada, cada um com seu lanche e uma idéia na cabeça. Se trocarem o lanche cada um seguirá com apenas uma refeição, mas se trocarem as idéias, cada um seguirá seu caminho com duas idéias.

José Moreira Filho
Acadêmico da ALAMI
moreira@baciotti.com

3 comentários:

  1. Caro José Moreira
    É isso aí. O cidadão brasileiro presisa ser dono do seu próprio destino. No entanto, é preciso mudarmos esse modelo de ensino falido que visa formar trabalhadores (robores) e adotarmos o método Paulo Freire, reconhecido mundialmente como tranformador, revolucionário, ensinando as pessoas a pensarem sobre sua realidade. O método já existe, só precisamos exigir que nossos políticos o coloque em prática.

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  2. Nossa mente esta no controle do nosso conciente e do nosso subconciente a cada24hs,.

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  3. Eni,
    Vc está de parabéns com seu artigo, todavia o que é mais importante, é encontrarmos pessoas conscientes desta prática na educação.

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