Razão e Emoção
O escritor libanês Khalil Gibran escreveu certa vez que "a vossa alma é muitas vezes um campo de batalha, em que a vossa razão e o vosso julgamento estão em guerra contra a vossa paixão e o vosso apetite". Esse pequeno trecho do livro "O profeta" traz a luz a dicotomia existente na cabeça (e no coração) de cada ser humano.
São várias as situações no dia-a-dia que nos levam a pensar duas vezes antes de agir. Talvez com o passar do tempo passamos a enxergar as situações do cotidiano sob novo prisma e somos levados a, talvez temperados pela sucessão de situações já vividas, a dominar a emoção e fazer melhor uso da razão.
Os 12 trabalhos de Hércules já ensinavam sob a figura alegórica do mito que a saída das situações é o uso da cabeça, da reflexão. Dotado de força sobrehumana, literalmente quebrava a cara quando tentava resolver problemas apenas com o uso da força. Porém, quando fazia uso do pensamento crítico e racional, tal como no episódio onde limpou os currais do rei Aúgias desviando o fluxo de rios, ele verdadeiramente solucionava problemas.
De qualquer maneira essa dialética é constante na vida do homem pois nos vemos algumas vezes em situações onde temos a razão obscurecida pelo fervilhar de emoções sejam elas emoções más como a raiva ou a ira ou emoçoes boas como a paixão. Talvez você já tenha passado por situação semelhante onde quando caiu em si percebeu que havia tomado uma decisão por impulso e caso tivesse pensado com calma e usado a razão não teria tomado o mesmo caminho.
Ao pesquisar a respeito e até mesmo conversar com amigos percebemos que a maior parte das pessoas irá defender a preponderância da razão sobre a emoção sempre e em qualquer situação. Alguns argumentam ainda que a emoção não controlada, não aprisionada, seja uma fraqueza. Porém, vamos tentar analisar um pouco melhor essa discussão: Aristóteles distinguiu as virtudes do homem entre aquelas derivadas da razão, ou virtudes intelectuais como o bom senso e também as derivadas da emoção como por exemplo a justiça e a coragem. Para o grego, ambas deviam conviver pois tem seu valor.
Ou seja, ele valorizou cada um dos lados e procurou encontrar a Justa Medida que deve ser buscada por cada pessoa. As filosofias orientais também conhecem esse pensamento e chamam de "O Caminho do Meio", ou seja, o equilíbrio que deve ser encontrado em situações antagônicas. Porque não deixar ocorrer esse bom combate? Afinal, não está a dualidade sempre presente? Para que discutir por exemplo se o melhor é saber a teoria ou ter a prática? Você precisa dos dois!
Não estou defendendo que devemos viver apenas orientado a sonhos, mas sim que devemos aprender a fazer o bom uso das emoções, da intuição e saber dosar isso com o uso da razão.
Concluo citando mais uma vez Gibran, o qual apimenta essa discussão dizendo "a vossa razão e a vossa paixão são o leme e as velas da vossa alma navegante. Se um de vós navegar e as velas se partirem, só podereis andar à deriva ou ficar imóveis no meio do mar. Pois a razão, só por si, é uma força confinante; e a paixão, não controlada, é uma chama que arde provocando a sua própria destruição".
Tiago Baciotti Moreira, 27 de junho de 2010.
Maravilho, eu concodo plenamnte.
ResponderExcluirParabéns
Cleusa
Tiago
ResponderExcluirTexto muito interessante
Acabo de indicalo em blog, mencionei a fonte e estou seguindo você.
abraços
http://josepauloecon.blogspot.com/2010/06/razao-e-emocao-por-tiago-baciotti.html
http://www.youtube.com/watch?v=Hzzz7pq90a0&feature=related
ResponderExcluirSimplesmente muito interessante, com diversas linhas de pensamnetos que no final se fluem e se difundem, concluindo muito bem o texto.
ResponderExcluirParabéns, Adorei ... =)
Acho que a razão é o "freio" da emoção.O ser humano passou a sua existência tentando controlar suas emoções mais primitivas,para isso ,criou as leis, tabus,etc.,que nos impede de demonstrar nossas mais profundas emocões.Acho,que lutamos cada dia ,para aaprisionar os nossos sentimentos e da enfese a nossa razão,será que por isso estamos nos tornando cada dia mais individualistas, apaticos e sem expressividade em alguns fatos desta vida?
ResponderExcluirParabéns pelo ótimo texto.
ResponderExcluirConcordo com que muitas das vezes nos deixamos levar pela paixão ignorando a razão.
E tardiamente descobrimos o quanto erramos.
Parabéns novamente e obrigado por compartilhar este texto fabuloso
Flávio
Olá, Tiago!
ResponderExcluirMuito bom o texto.
Realmente existe uma "guerra" interna que nos faz sofrer. Embora compreenda que RAZÃO e EMOÇÃO devam "andar" juntas, ainda que cedendo um pouquinho aqui e ali, de forma que nunca/jamais prejudiquem as pessoas... acho que tem situações que ou você usa a RAZÃO ou usa a EMOÇÃO.
Acredito que a RAZÃO envolve terceiros e a EMOÇÃO envolve a nós mesmos... aí é que o bicho pega. Ou você agrada a si ou aos outros, mas o cuidado maior é que jamais sua decisão pode ferir esses dois lados. Por isso chama-se GUERRA INTERNA.
A grande sacada é saber lidar com os dois lados e deitar a cabeça no travesseiro e dizer: FIZ A COISA CERTA!
Parabéns!
Beijos,
Márcia Paiva
Parabéns, Tiago!
ResponderExcluirVoce juntou a leveza da emoção e a firmeza da razão! E a vida é assim mesmo, dosando corretamente encontramos o equilíbrio! Estoui seguindo seu blog.Bia
http://bialopes-beatrizantonietalopes.blogspot.com/
Muito legal essa conclusão...Concordo...É o mesmo que trabalhar o senso comum e a ciência...
ResponderExcluirEstamos num mundo onde as vezes tiramos conclusões precipitadas, não pensamos porque somos comodos. As vezes exagerados em razões e emoções. E é ai que desequilibramos, o caminho do meio também não é fácil chegar tem que ser conquistado. Eu acredito plenamente nele. Porque é ai que adquirimos a força e a coragem. E ai meu amigo, ninguem nos segura. Muitoa boa a matéria.
ResponderExcluirAbraços
Cida
Ah,que bom seria se pudéssemos expressar exatamente nossas emoções!Além de não conseguirmos expressá-las nos limitamos a guardá-las.E com certeza usamos a razão quase sempre,dominando nossa emoção!
ResponderExcluirParabéns! Aguardo sempre seus textos são maravilhosos. Acompanho seu trabalho e já indiquei para vários amigos.
ResponderExcluirAguardo ansiosa seus texos no msn. Eles são reflexivos sem aquele simplismo e repetições comuns nesse tipo de texo. Parabéns!!!!
ResponderExcluirÉ muitíssimo bom ler coisas assim, nesse mundo cada vez mais escasso de coisas boas para serem lidas... Parabéns a toda equipe!
ResponderExcluirAh, finalmente o tio Baciotti voltou a escrever!
ResponderExcluirEm certas ocasiões, temos medo de magoar nossos amigos, por isso dizemos o que eles realmente querem ouvir. Em outras, por estarmos com raiva, não permitimos ouvir um lado da versão e acabamos decidindo as coisas de "cabeça quente", muitas vezes prejudicando alguém, e de propósito. Quando agismo só pela razão, fazemos questão de seguir tudo a risca e esquecemos de certos inconvenientes que podem surgir. Não temos que pensar em agradar a todos nem que devemos ouvir apenas à razão e não dar bola ao que as pessoas falam. Tudo precisa ser medido, principalmente nossas atitudes.
Parabéns pelo texto, professor! Um grande abraço e um ótimo mês de julho.
Álisson
Parabéns meu amigo Tiago, pela sensibilidade em traduzir esse eterno conflito em acharmos o o caminho do "meio".
ResponderExcluirEdson Jr