27 de julho de 2009

Os limites da complacência

Se questionarmos pais e professores atualmente sobre o que querem para seus filhos e alunos, por certo a resposta será, que tenham sucesso na vida. Se perguntarmos o que significa sucesso, com certeza irão dizer,  ter uma profissão,  constituir uma família e se independer  financeiramente. Talvez se esqueçam de dizer – ser feliz!  Talvez se esqueçam que aí está a razão da existência  de todo ser humano.
Bem, mas como direcionar nossa juventude para a felicidade? Eis a questão. Com certeza será imprimindo em sua formação uma forte dose de caráter firme e reto. Bons hábitos, bons costumes e um equilibrado senso de moral. É verdade que no mundo hodierno essa é uma tarefa por demais exaustiva. Temos adversários fortíssimos. Chamarizes fascinantes com perspectivas falsas mas bem atraentes. Aqui se inclui a televisão em particular e a mídia em geral, mostrando o enriquecimento fácil através do crime considerado banal. O absurdo passou a ser normal. Como, por exemplo, assassinar pais, vender filhos, ou expor  o próprio corpo aos flashes dos cifrões milionários. Sem nos esquecermos das megafalcatruas e trapaças patrocinadas por “colarinhos brancos” , devidamente amparados pela imunidade parlamentar. Tudo normal. Tudo pode. Perdemos os limites da complacência.  Diante dos argumentos de que vivemos outros tempos, de que o mundo mudou, somos impelidos a sermos condescendentes demais e não estabelecemos limites para os filhos, para os alunos, para os empregados, para o governo e mesmo para os bandidos. Me lembro de uma frase de um famoso político brasileiro, há algum tempo, sobre a criminalidade: “...estupra, mas não mata ”.
Chegamos a tais absurdos, quando em casa, os pais se privam de bens necessários, para municiar os filhos com supérfluos, na santa ignorância de que isso os fará mais gente. Na escola a facilitação continua. A permissividade  é tamanha que já temos casos de aluno freqüentar aulas armado. Na balança da temperança, o prato da complacência é sempre mais pesado que o da exigência. Com isso, ao chegar à vida adulta, o indivíduo não aceita ser cobrado pelo patrão e esse por sua vez, tende a ser por demais “bonzinho” com os  medíocres. Não se exige a excelência nem na família, nem na escola, nem no trabalho e consequentemente também não exigimos nada da classe política ou do governo.
Urge encontrarmos um meio termo na formação de nossos jovens, combinando posturas mais espartanas com a maleabilidade sincera do amor. Só assim teremos gerações mais centradas, menos frívolas e mais responsáveis.
Só assim, encontrando os limites de nossa complacência, poderemos conduzir as novas gerações para um futuro menos tenebroso do que o que se pinta em nosso horizonte, a considerarmos o liberalismo desenfreado em que se encontra hoje a nossa sociedade.

José Moreira Filho
Acadêmico da ALAMI
moreira@baciotti.com

11 comentários:

  1. Olá José!!!

    Gostaria de parabenizá-lo pelo excelente texto.
    Vc conseguiu mostrar que a razão de ser complascente não é
    admitir e permitir que nos nossos filhos façam ou tenham tudo só porque eles querem.
    Mas que precisam buscar em si mesmo a felicidade!


    Abraços

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  2. Gosto dos seus artigos - com fundamentos - claro que não há uma concordância geral, mas certamente, 70, 80% combinamos. Claro que lerei mais.
    Parabéns

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  3. Adoro seu textos, sempre que posso estou lendo.
    Parabéns! Sou do interior da Bahia, morando atualmente en Brasília e lá, como é de criação, pedimos a benção aos pais e ensinei os meus filhos. Hoje, quando eles vão dormir, ao acordar e quando vão para o colégio dizem: " Abença mamãe, abença papai" e nós respondemos:
    " Deus que te faça feliz meu filho" ou " Deus que te abençoe"
    " Deus que te proteja"
    Abraços carinhosos!

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  4. Olá
    Adorei imensamente desse artigo " Os limites da Complacência"
    vc está de parabéns em fazer esse relato.
    Pois há muitos pais que fazem exatamente da forma que vc descreve
    neste artigo.
    Concordo plenamnte com vc, os filhos devem ter limites impostros pelos pais desde os termo anos, para quando chegar a idade do entendimento já tem noção do que é permitido ele fazer ( ter ) deixar de ter ou fazer.
    Prabéns!!!!!!
    Temos que ler mais e enviar ao amigos este artigo

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  5. Muito bom ! É preciso se dar uma tomada de consciência, para se plantar um comportamento inverso ao que, inteligentemente, o autor colocou, para quem sabe num futuro, colhermos o certo.
    Parabéns !

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  6. Boa tarde, José
    Excelente texto que exibe a reversão dos valores que paira em nossa sociedade.
    Abraços Solidários

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  7. gostaria de dar meus parabens execelente texto ....
    parabéns.

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  8. JOSÉ:

    CERTA VEZ,AO PERGUNTAR A ALUNOS,PARA QUE VIEMOS AO MUNDO

    ESCUTEI AS MAIS VARIADAS E ILÓGICAS RESPOSTAS. NENHUM LEM -

    BROU DA MAIS SIMPLES E VEROSSÍMEL: PARA SER FELIZ !

    COM A FELICIDADE AS DEMAIS NECESSIDADES E VALORES,SERÃO

    PREENCHIDOS E ADQUIRIDOS COM PACIENCIA E SENSATEZ.

    SER FELIZ É PRIMORDIAL E ESSENCIAL PARA "ENFRENTAR" AS VI -

    CISSITUDES COTIDIANAS.

    CONCORDO COM A NECESSIDADE DE MUDANÇAS.COM A SUBSTI -

    TUIÇÃO DA EXAGERADA PERMISSIVIDADE. MAS,CREIO,QUE SERÁ

    PRECISO RECICLAR OS PAIS,A FAMÍLIA. ASSUNTO PARA LONGA DIS -

    CUSSÃO.


    UM ABRAÇO,


    LÍGIA.

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  9. Parabéns...belo texto. Um alimento para a nossa reflexão em relação às atitudes na vida....

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  10. ola JOSE!!! parabens pelo belissimo texto que pena nem todos pode ler este testo e uma liçao de vida, para qualquer um .


    um abbraço MAURILIO

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  11. para alguns parece tão dificil, mas para outros, a meta. Num deteterminado curso que fiz, o professor(instrutor) perguntou aos 39 alunos presentes, O que vcs almejam nesta carreira? qdo chegou minha vez de responder, eu disse, ser feliz, todos riram, inclusive o instrutor, hoje na atividade que desenvolvo dentro da instituição realmente me faz feliz profissionalmente. sei o qto é trabalhoso procurar ser feliz integralmente... vale a busca, é pessoal e intransferivel, vamos em frente, pois que a vida sempre continua...

    Obrigado pelo seu texto!

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