Por que milhares de pessoas estão agrilhoadas nos seus sofás admirando o fundo da caverna? Enfeitiçadas pelas imagens reproduzidas e nem tomam conhecimento da verdade verdadeira? Se esquecendo que “a verdade está lá fora” ? Admiram, acreditam nas sombras vistas e não se dão conta de que a realidade é outra. E aos que se libertam desta letargia e tomam contato com a luz, com o sol brilhante e energizante e tentam alertar os demais, esclarecendo que existe um plano maior sobre tudo e sobre todos, são tidos como loucos. E tal insanidade é castigada com a morte. Assim tudo continua como dantes no reino de Abrantes.
É preciso que os destemidos continuem usando os meios disponíveis para alertar e despertar cada vez mais pessoas para perceberem que, além dessa caverna, existe lá fora um mundo real. Para deixarem esse mundo só de sombras onde estão projetando sua própria imagem na telinha. Mas será necessário muita paciência, pois segundo o autor da alegoria da caverna, Platão, para sair das sombras e se deparar com a luz, deve-se obedecer um processo lento e gradual. A ninguém é possível fazer-se essa transposição instantaneamente. Mas o que é realmente importante é o nosso querer. É preciso que queiramos sair do nosso conformismo patético para conhecermos de fato a realidade. Chega de nos satisfazermos com as sombras da vida. De aceitarmos como verdadeiro as fraudes que se nos apresentam diariamente.
É preciso duvidar, indagar, questionar. Por que temos que aceitar tacitamente, sem discutir, o que nos apresentam como verdade? As maiores descobertas da vida surgiram da dúvida, da curiosidade. Segundo Platão é necessário que desarmemos o pensamento falso. Então devemos sentar frente a nossa telinha munidos de consciência crítica para conseguirmos filtrar as mentiras, dissecar os processos de convencimentos comerciais capitalistas, para então depararmos com a luz. Mesmo que tenhamos que abrir os olhos devagar, para não sermos cegados pela luz, vale a pena tentar.
Agora é a hora. Vai começar a grande corrida pelo poder. E nessa competição vale tudo. Inclusive e principalmente maquiar a verdade. Fazer sombras tão perfeitas que aos incautos parecem a mais pura e cristalina realidade. Assim, cabe a cada um saber a diferença entre crer na verdade e conhecer a verdade. Cuidado com o que lhe fazem crer, pode ser apenas a sombra da verdade. Porem se buscar o conhecimento, esse sim, lhe levará à realidade.
Afinal, já nos foi ensinado isso há mais de dois mil anos: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João, 8 – 32)
José Moreira Filho
Acadêmico da ALAMI
moreira@baciotti.com
31 de maio de 2010
6 de maio de 2010
DEUS É ELA
DEUS É ELA
Tenho pensado que Deus não deveria ser Ele, mas Ela. Isso porque são tantos os atributos de Deus presentes na mãe que seria mais lógico pensar um Deus feminino.
Deus é amor, e o maior reflexo de amor na terra está na mãe. Deus é perdão, e a mãe defende o filho até quando criminoso. Deus corrige e educa, e a mãe desde o berço ensina o melhor caminho a seu filho. Deus não castiga, simplesmente permite a ocorrência de situações adversas a nossa vontade e que nosso conhecimento não consegue compreender, e a mãe vê o filho chorar, brigar por algo que não lhe é permitido, mas que não será para seu bem. Deus conhece seus filhos um a um, é o bom pastor, e a mãe na madrugada, no escuro, sabe qual filho está chegando em casa somente pelo jeito da entrada. Como já disse João Paulo I, o Papa-sorriso: “Deus é Pai e Mãe”. Posição reforçada por Erasmo Carlos em sua canção Feminino Coração de Deus: “O coração de Deus é feminino / É a força de toda criação / Capricho do destino, a mãe da invenção”.
E por que então nos referimos a Deus como masculino, somente como pai? Talvez a história da humanidade nos esclareça isso. A supervalorização do homem, do macho e do provedor em detrimento da valorização da mulher por séculos, com a aquiescência da igreja, vem justificar de certa forma, essa conduta. A historiografia universal foi conduzida sempre sob a ótica masculina. Em todos os fatos históricos a presença masculina é marcante. Noé construiu a Arca, Moisés conduziu seu povo, Os maiores filósofos clássicos foram Sócrates, Platão e Aristóteles, as Grandes Navegações foram feitas por homens. As Revoluções Industrial e Francesa idem.
Assim sendo parece natural que Deus seja um Homem, mas seria no mínimo justo de nossa parte, evidenciar no papel de mãe todas as características divinas. Deveríamos ter a gratidão social de reconhecer na mãe a presença de Deus e respeitá-la como tal.
É hora, portanto, de repensar essa teologia androcêntrica e perceber mais um Deus da bondade, do amor, do perdão. Um Deus protetor e carinhoso. Um Deus amigo e cúmplice .
Um Deus mãe.
Com meu carinho pelo seu Dia !
Moreira.
ITUIUTABA, Maio de 2010
Tenho pensado que Deus não deveria ser Ele, mas Ela. Isso porque são tantos os atributos de Deus presentes na mãe que seria mais lógico pensar um Deus feminino.
Deus é amor, e o maior reflexo de amor na terra está na mãe. Deus é perdão, e a mãe defende o filho até quando criminoso. Deus corrige e educa, e a mãe desde o berço ensina o melhor caminho a seu filho. Deus não castiga, simplesmente permite a ocorrência de situações adversas a nossa vontade e que nosso conhecimento não consegue compreender, e a mãe vê o filho chorar, brigar por algo que não lhe é permitido, mas que não será para seu bem. Deus conhece seus filhos um a um, é o bom pastor, e a mãe na madrugada, no escuro, sabe qual filho está chegando em casa somente pelo jeito da entrada. Como já disse João Paulo I, o Papa-sorriso: “Deus é Pai e Mãe”. Posição reforçada por Erasmo Carlos em sua canção Feminino Coração de Deus: “O coração de Deus é feminino / É a força de toda criação / Capricho do destino, a mãe da invenção”.
E por que então nos referimos a Deus como masculino, somente como pai? Talvez a história da humanidade nos esclareça isso. A supervalorização do homem, do macho e do provedor em detrimento da valorização da mulher por séculos, com a aquiescência da igreja, vem justificar de certa forma, essa conduta. A historiografia universal foi conduzida sempre sob a ótica masculina. Em todos os fatos históricos a presença masculina é marcante. Noé construiu a Arca, Moisés conduziu seu povo, Os maiores filósofos clássicos foram Sócrates, Platão e Aristóteles, as Grandes Navegações foram feitas por homens. As Revoluções Industrial e Francesa idem.
Assim sendo parece natural que Deus seja um Homem, mas seria no mínimo justo de nossa parte, evidenciar no papel de mãe todas as características divinas. Deveríamos ter a gratidão social de reconhecer na mãe a presença de Deus e respeitá-la como tal.
É hora, portanto, de repensar essa teologia androcêntrica e perceber mais um Deus da bondade, do amor, do perdão. Um Deus protetor e carinhoso. Um Deus amigo e cúmplice .
Um Deus mãe.
Com meu carinho pelo seu Dia !
Moreira.
ITUIUTABA, Maio de 2010
16 de março de 2010
A DECANTADA DEMOCRACIA
Desde os idos tempos da antiguidade clássica, que romanos e gregos já reverenciavam essa forma de governo que se propõe ser a mais justa e adequada à convivência humana. Porém sabemos que sua história é repleta de incoerências e interpretações eiradas de conveniências.
Etimologicamente esse conceito nos sugere que o povo é quem governa. (Demo + cracia) governo do povo. Sugere também que, com ela, a vontade coletiva ou da maioria está sendo respeitada através da representatividade. Mas hoje, e especificamente no Brasil, são tantas as máscaras que colocam nessa forma de governo, que acabam travestindo-a em faces encantadoras, então aplaudidas pelos menos avisados, mas que na verdade esconde uma realidade cruel sustentando o governo de uma minoria. Onde está a vontade da maioria, por exemplo, quando vemos milhares de pés de laranja serem destruídos pura e simplesmente pela decisão de um grupo que nem identidade social tem? Portanto, juridicamente, nem existe? Essa ação vai despertar realmente a atenção das autoridades para o problema agrário? Por exemplo, a questão da monocultura? Todos sabemos que existem muitos erros em relação à reforma Agrária, mas algum deles justifica esse? Onde está a vontade da maioria, quando o Congresso Nacional, composto por nossos representantes legítimos, decide coisas sabidamente polêmicas e que na verdade vem de encontro a vontade popular? Exemplo A PEC 336/2009. Agora mesmo, precisamos acompanhar para ver no que dá, o projeto de iniciativa popular, avalizado por 1,3 milhão de assinaturas e batizado de “Ficha Limpa”, que impede a candidatura de pessoas com certas pendências judiciais. Muitos dos que vão votar esse projeto, são exatamente os “Fichas Sujas”. E aí? Quem está acostumado a legislar sempre em causa própria vai agora atender o clamor da massa?
Essa é a nossa democracia. A forma de governo que escolhemos e da qual poderíamos dizer: ruim com ela, pior sem ela. Mas é possível melhorá-la e fazê-la realmente representativa. Justamente com iniciativas como o Projeto de Lei encabeçado pelo (MCCE) Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral formado por 42 entidades. É tomando consciência da nossa força, como cidadão-eleitor, que podemos contribuir para a mudança. Claro que essa conscientização não cai do céu. É preciso buscá-la através da instrução, da leitura, da escola, da igreja, enfim da freqüência a ambientes sadios e da companhia de pessoas dignas.
Fora isso, só nos resta mesmo a constatação de Eça de Queiroz: “Os políticos e as fraldas devem ser mudados constantemente e pela mesma razão”
Etimologicamente esse conceito nos sugere que o povo é quem governa. (Demo + cracia) governo do povo. Sugere também que, com ela, a vontade coletiva ou da maioria está sendo respeitada através da representatividade. Mas hoje, e especificamente no Brasil, são tantas as máscaras que colocam nessa forma de governo, que acabam travestindo-a em faces encantadoras, então aplaudidas pelos menos avisados, mas que na verdade esconde uma realidade cruel sustentando o governo de uma minoria. Onde está a vontade da maioria, por exemplo, quando vemos milhares de pés de laranja serem destruídos pura e simplesmente pela decisão de um grupo que nem identidade social tem? Portanto, juridicamente, nem existe? Essa ação vai despertar realmente a atenção das autoridades para o problema agrário? Por exemplo, a questão da monocultura? Todos sabemos que existem muitos erros em relação à reforma Agrária, mas algum deles justifica esse? Onde está a vontade da maioria, quando o Congresso Nacional, composto por nossos representantes legítimos, decide coisas sabidamente polêmicas e que na verdade vem de encontro a vontade popular? Exemplo A PEC 336/2009. Agora mesmo, precisamos acompanhar para ver no que dá, o projeto de iniciativa popular, avalizado por 1,3 milhão de assinaturas e batizado de “Ficha Limpa”, que impede a candidatura de pessoas com certas pendências judiciais. Muitos dos que vão votar esse projeto, são exatamente os “Fichas Sujas”. E aí? Quem está acostumado a legislar sempre em causa própria vai agora atender o clamor da massa?
Essa é a nossa democracia. A forma de governo que escolhemos e da qual poderíamos dizer: ruim com ela, pior sem ela. Mas é possível melhorá-la e fazê-la realmente representativa. Justamente com iniciativas como o Projeto de Lei encabeçado pelo (MCCE) Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral formado por 42 entidades. É tomando consciência da nossa força, como cidadão-eleitor, que podemos contribuir para a mudança. Claro que essa conscientização não cai do céu. É preciso buscá-la através da instrução, da leitura, da escola, da igreja, enfim da freqüência a ambientes sadios e da companhia de pessoas dignas.
Fora isso, só nos resta mesmo a constatação de Eça de Queiroz: “Os políticos e as fraldas devem ser mudados constantemente e pela mesma razão”
José Moreira Filho
Acadêmico da ALAMI
moreira@baciotti.com
Acadêmico da ALAMI
moreira@baciotti.com
15 de março de 2010
Onde estão os programadores casuais?
Como comentei em um artigo anterior, tive a sorte de começar a mexer em computadores ainda na época do MS-DOS. Naquela epóca, era interessante pois, talvez ajudado pela idade e cabeça livre de preocupações, passava boa parte do tempo envolvido em projetos pessoais totalmente por hobby. Por exemplo, eu não gastaria hoje várias semanas para montar um pseudo-clone de Space Invaders em modo texto. Pois é... eu fiz isso em Clipper. Setas para direita e esquerda movimentavam a nave e o espaço atirava. E como não poderia faltar adicionei também algumas cheats.
Numa outra oportunidade, já trabalhando com Visual Basic 4, desenvolvi um jogo de xadrez. Não tinha nem chegado ao ponto de colocar as imagens das peças, mas toda a lógica já tinha evoluído bastante. Ainda no Visual Basic, peguei o projeto do joguinho "Nave" lá do Clipper e o construí também no Visual Basic. Bem mais fácil agora, visto que tanto as naves inimigas quanto o nosso herói eram objetos separados e a linguagem orientada a eventos ajudava bastante.
Ambos foram exemplos interessantes para os alunos nas aulas de programação que eram dadas nas pequenas escolas de informática que trabalhei em Ituiutaba. E influenciaram, em parte pelo menos, alguns alunos a desenvolverem joguinhos simples também. Passava o tempo e ao mesmo tempo "afiava o machado" do candidato a programador.
Seria uma época mais propícia que hoje? Seria a ausência da Internet que nos permitia passar horas e horas no computador programando, melhorando e testando um código sem um MSN nos tirar o foco o tempo todo? Sem a vontade de checar o email a cada 5 minutos? Ou, seriam as ferramentas da época menos formais e mais próximas das pessoas comuns? Ferramentas que instigavam a qualquer pessoa, tendo apenas curiosidade e vontade de aprender, a arriscar algumas linhas de código.
Bom, esse pequeno relato é apenas para chegarmos no ponto pretendido, que é a pergunta título desse artigo. Não sei ao certo, mas hoje aparentemente temos menos programadores hobbystas, casuais mesmo, que a uns 10 anos atrás. Arriscando um palpite, creio que parte disso se deve ao fato que as linguagens antes pareciam mais próximas e amigáveis que atualmente. O próprio Visual Basic, que hoje recebe mençoes não muito honrosas pelos programadores atuais, ajudou contadores, administradores, técnicos em eletrônica, professores, escritores, etc, a desenvolver programas. Pessoas tidas como leigas em informática aprendiam e desenvolviam seus próprios programas que poderiam ser um controle de estoque, por exemplo, ou o que lhes desse na cabeça.
Ok, é claro que isso foi numa época que as leis fiscais não exigiam ainda impressoras fiscais e relatórios a serem apresentados, mas mesmo assim víamos pessoas de diferentes áreas a programarem.
Reforço a pergunta: Onde estão os programadores casuais? Ou melhor, onde estão as ferramentas que ajudaram a propiciar isso? Seria o Python, por exemplo, uma dessas linguagens mais próximas das "pessoas comuns"? Embora, é claro, não possua uma IDE visual como o já citado VB possuía, o Python propicia um desenvolvimento bem simples e as pessoas podem aprender noções de programação com ele sem dúvida. O VB .Net em sua versão Express, embora hoje não seja muito adepto de ferramentas Microsoft, confesso que seria sem dúvida também um candidato a ocupar esse cargo.
Talvez os puristas poderiam levantar a bandeira nesse momento de que programadores precisam conhecer as convenções, os diversos frameworks do Java, bem como todos os conceitos relacionados ao mundo Java ou .Net. Mas vejam bem que minha pergunta aqui é onde estão, de forma análoga aos antigos hobbystas que liam a Saber Eletrônica a uns anos atrás para soldar componentes em uma placa de circuito impresso, aqueles que nas horas vagas enveredavam-se por linhas de código inicialmente por mera curiosidade.
Arrisco ainda, sem querer ser o dono da verdade, que muitos que começaram a programar como hobby sem nunca terem tido uma educação formal na área de informática (na época uma opção era faculdade de "processamento de dados" não era?) hoje estão atuando profissionalmente na área. E começaram desse jeito. Hoje parece difícil para as pessoas entenderem que para darem os primeiros passos na área basta curiosidade. Talvez seja por isso que ainda me perguntam como trabalho com informática se me formei em Administração. Tá bom, eu gosto mesmo de contar essa história.
Tiago Baciotti Moreira
Numa outra oportunidade, já trabalhando com Visual Basic 4, desenvolvi um jogo de xadrez. Não tinha nem chegado ao ponto de colocar as imagens das peças, mas toda a lógica já tinha evoluído bastante. Ainda no Visual Basic, peguei o projeto do joguinho "Nave" lá do Clipper e o construí também no Visual Basic. Bem mais fácil agora, visto que tanto as naves inimigas quanto o nosso herói eram objetos separados e a linguagem orientada a eventos ajudava bastante.
Ambos foram exemplos interessantes para os alunos nas aulas de programação que eram dadas nas pequenas escolas de informática que trabalhei em Ituiutaba. E influenciaram, em parte pelo menos, alguns alunos a desenvolverem joguinhos simples também. Passava o tempo e ao mesmo tempo "afiava o machado" do candidato a programador.
Seria uma época mais propícia que hoje? Seria a ausência da Internet que nos permitia passar horas e horas no computador programando, melhorando e testando um código sem um MSN nos tirar o foco o tempo todo? Sem a vontade de checar o email a cada 5 minutos? Ou, seriam as ferramentas da época menos formais e mais próximas das pessoas comuns? Ferramentas que instigavam a qualquer pessoa, tendo apenas curiosidade e vontade de aprender, a arriscar algumas linhas de código.
Bom, esse pequeno relato é apenas para chegarmos no ponto pretendido, que é a pergunta título desse artigo. Não sei ao certo, mas hoje aparentemente temos menos programadores hobbystas, casuais mesmo, que a uns 10 anos atrás. Arriscando um palpite, creio que parte disso se deve ao fato que as linguagens antes pareciam mais próximas e amigáveis que atualmente. O próprio Visual Basic, que hoje recebe mençoes não muito honrosas pelos programadores atuais, ajudou contadores, administradores, técnicos em eletrônica, professores, escritores, etc, a desenvolver programas. Pessoas tidas como leigas em informática aprendiam e desenvolviam seus próprios programas que poderiam ser um controle de estoque, por exemplo, ou o que lhes desse na cabeça.
Ok, é claro que isso foi numa época que as leis fiscais não exigiam ainda impressoras fiscais e relatórios a serem apresentados, mas mesmo assim víamos pessoas de diferentes áreas a programarem.
Reforço a pergunta: Onde estão os programadores casuais? Ou melhor, onde estão as ferramentas que ajudaram a propiciar isso? Seria o Python, por exemplo, uma dessas linguagens mais próximas das "pessoas comuns"? Embora, é claro, não possua uma IDE visual como o já citado VB possuía, o Python propicia um desenvolvimento bem simples e as pessoas podem aprender noções de programação com ele sem dúvida. O VB .Net em sua versão Express, embora hoje não seja muito adepto de ferramentas Microsoft, confesso que seria sem dúvida também um candidato a ocupar esse cargo.
Talvez os puristas poderiam levantar a bandeira nesse momento de que programadores precisam conhecer as convenções, os diversos frameworks do Java, bem como todos os conceitos relacionados ao mundo Java ou .Net. Mas vejam bem que minha pergunta aqui é onde estão, de forma análoga aos antigos hobbystas que liam a Saber Eletrônica a uns anos atrás para soldar componentes em uma placa de circuito impresso, aqueles que nas horas vagas enveredavam-se por linhas de código inicialmente por mera curiosidade.
Arrisco ainda, sem querer ser o dono da verdade, que muitos que começaram a programar como hobby sem nunca terem tido uma educação formal na área de informática (na época uma opção era faculdade de "processamento de dados" não era?) hoje estão atuando profissionalmente na área. E começaram desse jeito. Hoje parece difícil para as pessoas entenderem que para darem os primeiros passos na área basta curiosidade. Talvez seja por isso que ainda me perguntam como trabalho com informática se me formei em Administração. Tá bom, eu gosto mesmo de contar essa história.
Tiago Baciotti Moreira
Biografia de Paulo Coelho: O Mago
Terminei recentemente de escutar a biografia de Paulo Coelho escrita por Fernando Morais. Foram várias viagens para completar toda a audição. Gostei do livro. Já tinha lido bastante Paulo Coelho mas faziam alguns anos que não lia nada novo do escritor. De qualquer maneira o livro mostra como nasceu o escritor Paulo Coelho e como cada evento de sua juventude e idade adulta corroboraram para torná-lo no fenômeno editorial que hoje é.
Mostra também diversos episódios na vida do autor que influenciaram suas obras, como por exemplo quando o autor percorreu o caminho de Santiago.
Bom, logo depois que concluí o livro me lembrei que há alguns anos havíamos encontrado na internet algumas frases retiradas de livros do autor e as disponibilizamos na Internet. Existe inclusive um serviço para recebimento destas frases por email gratuitamente.
Cadastre-se para recebê-las!
12 de março de 2010
Hora do Planeta 2010
Existe uma campanha interessante para no dia 27 de março apagar todas as luzes por 60 minutos (20:30-21:30) como forma de protesto ao aquecimento global. Participe divulgando também essa proposta.
10 de março de 2010
Eu gostava do MS-DOS
Comecei a utilizar computadores em 1989 aproximadamente quando tive contato com os computadores MSX da Gradiente. Era interessante utilizar códigos Basic para desenvolver programinhas e joguinhos bem simples apenas fazê-los depois funcionar na tela da televisão ou em um antigo monitor. Era época de se usar CLoad e CSave para gravar os dados em fitas K7 através de um gravador ligado ao micro.
Já em 1990 comecei a fazer um curso de informática na Cedeminas Informática, que funcionava no terceiro andar do edifício Ituiutaba em Ituiutaba-MG. Fizemos 1 mês só de aulas teóricas pois os computadores ainda não tinham chegado de São Paulo. Ainda me lembro da primeira vez que liguei o PC-XT e o vi contar de 0 a 640Kb de memória pelo monitor de fósforo verde de 12 polegadas. Não usávamos HD (winchester como era mais conhecido!) e tínhamos os drives A e B para poder trabalhar com o sistema.
Aliás o sistema operacional era o MS-DOS versão 3.3, o qual levava um tempinho para ligar e depois nos deixava ali de cara com um "A>" na tela piscando nos desafiando a conversar com ele. Pois é, os primeiros comandos, os curingas para tratamento de arquivos e os temidos comandos "internos" e "externos". Isso sem contar nos arquivos em lote, no config.sys e o edlin. Não, não se usava mouse. Não, não haviam ícones na tela. Não, eu não tinha um pendrive.
Para se usar outro programa qualquer a saída era trocar de disquetes (que eram de 5,25 polegadas) e executar o outro software. O editor de textos era o Fácil 5.0 que possuía proteção contra cópias exigindo um disquete original em cada máquina. A planilha eletrônica era o Lotus 1-2-3 que você executava digitando 123 no prompt de comando (Isso, prompt era o nome do "A>" na tela). Fazíamos planilhas incríveis somente no modo texto. Aliás as funções de planilha evoluíram bastante hoje, mas já naquela época utilizávamos funções equivalentes ao SOMA ou PROCV do Excel. E a divisão em linhas e colunas utilizada hoje também já existia ali.
Eu gostava do MS-DOS. É claro que pilhas e pilhas de disquetes (ordenadamente dispostos em uma "disqueteira") davam um pouco de trabalho quando precisávamos achar um programa específico mas também parte da diversão era justamente catalogar tudo, escrever nas etiquetas e tomar cuidado para não dobrar os discos.
Os primeiros passos nas linguagens de programação depois das parcas vezes que usei um MSX foram dados no gwbasic, dbase III Plus e por fim Clipper. Foi aí que me interessei por programação pra valer! O famoso "livro com a capa do navio" do Ramalho era meu companheiro para aprender os comandos do clipper versão Summer 87 nos quase 5 minutos de compilação e linkedição antes que o programa pudesse ser executado.
Adaptação e evolução. Era isso que fazíamos: nos adaptar. Criar discos na (pequena!) memória RAM do equipamento através do ramdrive.sys e ali armazenar o command.com para não ter que voltar o disco de sistema quando se saia de qualquer programa. Utilizar o SideKick para tentar burlar a característica mono-tarefa (Era Ctrl+Alt para ativar não era?)
Eram bons tempos. Já imaginou se hoje você fosse capaz de executar um único programa de cada vez em seu computador? A trivial multitarefa que te permite mudar tudo com um Alt+Tab de hoje ainda não existia. E me responda, você hoje teria um computador em casa se não houvesse internet? Não havia Internet e mesmo assim passávamos horas e horas estudando, testando programas da caixa de disquetes que pegamos emprestado e... jogando!
Prince of Persia era o jogo do momento. Movimentos reais, gráficos de última geração, música através do alto-falante do micro e MUITA diversão.
E sabe porque valeu a pena ter passado por tudo isso? Acho que alicerces para tudo que temos hoje nessa área.
Hoje a maior parte dos profissionais de informática com quem converso começaram a utilizar computadores com mouse e monitor colorido. Excelentes profissionais sem dúvida mas não viveram isso... humm deixa isso pra lá. Tô ficando velho.
Já em 1990 comecei a fazer um curso de informática na Cedeminas Informática, que funcionava no terceiro andar do edifício Ituiutaba em Ituiutaba-MG. Fizemos 1 mês só de aulas teóricas pois os computadores ainda não tinham chegado de São Paulo. Ainda me lembro da primeira vez que liguei o PC-XT e o vi contar de 0 a 640Kb de memória pelo monitor de fósforo verde de 12 polegadas. Não usávamos HD (winchester como era mais conhecido!) e tínhamos os drives A e B para poder trabalhar com o sistema.
Aliás o sistema operacional era o MS-DOS versão 3.3, o qual levava um tempinho para ligar e depois nos deixava ali de cara com um "A>" na tela piscando nos desafiando a conversar com ele. Pois é, os primeiros comandos, os curingas para tratamento de arquivos e os temidos comandos "internos" e "externos". Isso sem contar nos arquivos em lote, no config.sys e o edlin. Não, não se usava mouse. Não, não haviam ícones na tela. Não, eu não tinha um pendrive.
Para se usar outro programa qualquer a saída era trocar de disquetes (que eram de 5,25 polegadas) e executar o outro software. O editor de textos era o Fácil 5.0 que possuía proteção contra cópias exigindo um disquete original em cada máquina. A planilha eletrônica era o Lotus 1-2-3 que você executava digitando 123 no prompt de comando (Isso, prompt era o nome do "A>" na tela). Fazíamos planilhas incríveis somente no modo texto. Aliás as funções de planilha evoluíram bastante hoje, mas já naquela época utilizávamos funções equivalentes ao SOMA ou PROCV do Excel. E a divisão em linhas e colunas utilizada hoje também já existia ali.
Eu gostava do MS-DOS. É claro que pilhas e pilhas de disquetes (ordenadamente dispostos em uma "disqueteira") davam um pouco de trabalho quando precisávamos achar um programa específico mas também parte da diversão era justamente catalogar tudo, escrever nas etiquetas e tomar cuidado para não dobrar os discos.
Os primeiros passos nas linguagens de programação depois das parcas vezes que usei um MSX foram dados no gwbasic, dbase III Plus e por fim Clipper. Foi aí que me interessei por programação pra valer! O famoso "livro com a capa do navio" do Ramalho era meu companheiro para aprender os comandos do clipper versão Summer 87 nos quase 5 minutos de compilação e linkedição antes que o programa pudesse ser executado.
Adaptação e evolução. Era isso que fazíamos: nos adaptar. Criar discos na (pequena!) memória RAM do equipamento através do ramdrive.sys e ali armazenar o command.com para não ter que voltar o disco de sistema quando se saia de qualquer programa. Utilizar o SideKick para tentar burlar a característica mono-tarefa (Era Ctrl+Alt para ativar não era?)
Eram bons tempos. Já imaginou se hoje você fosse capaz de executar um único programa de cada vez em seu computador? A trivial multitarefa que te permite mudar tudo com um Alt+Tab de hoje ainda não existia. E me responda, você hoje teria um computador em casa se não houvesse internet? Não havia Internet e mesmo assim passávamos horas e horas estudando, testando programas da caixa de disquetes que pegamos emprestado e... jogando!
(nem no google images achei foto do Prince monocromático)
Prince of Persia era o jogo do momento. Movimentos reais, gráficos de última geração, música através do alto-falante do micro e MUITA diversão.
E sabe porque valeu a pena ter passado por tudo isso? Acho que alicerces para tudo que temos hoje nessa área.
Hoje a maior parte dos profissionais de informática com quem converso começaram a utilizar computadores com mouse e monitor colorido. Excelentes profissionais sem dúvida mas não viveram isso... humm deixa isso pra lá. Tô ficando velho.
28 dicas para escrever melhor
Há muito tempo atrás eu tinha lido um excelente texto com dicas de como escrever melhor. Nunca me esqueci de um trecho deste texto onde se fala:
Evite mesóclises. Repita comigo: "mesóclises: evitá- las-ei!"
Por coincidência descobri esse texto no blog Análise de Textos, blog que encontrei ao pesquisar sobre o que mais os seguidores do baciotti.com lêem.
O blog contém muitas dicas de português sem ser maçante e nos ajuda a coibir os pequenos erros que todos nós cometemos.
Não sei quem é o autor desse texto, mas caso alguém saiba me informe que já atualizo.
Bom, seguem as dicas:
- Vc. deve evitar abre., etc.
- Desnecessário faz-se empregar estilo de escrita demasiadamente rebuscado, segundo deve ser do conhecimento inexorável dos copidesques. Tal prática advém de esmero excessivo que beira o exibicionismo narcisístico.
- Anule aliterações altamente abusivas.
- "não esqueça das maiúsculas", como já dizia dona loreta, minha professora lá no colégio alexandre de gusmão, no ipiranga.
- Evite lugares-comuns assim como o diabo foge da cruz.
- O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.
- Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.
- Chute o balde no emprego de gíria, mesmo que sejam maneiras, tá ligado?
- Palavras de baixo calão podem transformar seu texto numa merda.
- Nunca generalize: generalizar, em todas as situações, sempre é um erro.
- Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.
- Não abuse das citações. Como costuma dizer meu amigo: "Quem cita os outros não tem idéias próprias".
- Frases incompletas podem causar
- Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez. Em outras palavras, não fique repetindo a mesma idéia.
- Seja mais ou menos específico.
- Frases com apenas uma palavra? Jamais!
- Em escrevendo, não se esqueça de estar evitando o gerúndio.
- A voz passiva deve ser evitada.
- Use a pontuação corretamente o ponto e a vírgula especialmente será que ninguém sabe mais usar o sinal de interrogação
- Quem precisa de perguntas retóricas?
- Conforme recomenda a A.G.O.P., nunca use siglas desconhecidas.
- Exagerar é cem bilhões de vezes pior do que a moderação.
- Evite mesóclises. Repita comigo: "mesóclises: evitá- las-ei!"
- Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.
- Não abuse das exclamações! Nunca! Seu texto fica horrível!
- Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da idéia contida nelas, e, concomitantemente, por conterem mais de uma idéia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçando, desta forma, o pobre leitor a separá-la em seus componentes diversos, de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.
- Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língüa portuguêza.
- Seja incisivo e coerente, ou não.
E você? Tem mais alguma sugestão? ;-)
9 de março de 2010
Para que tornar-se um seguidor do site?
Seguindo a tendência do twitter o google possui o recurso de SEGUIR um site, tornando-os verdadeiras comunidades.
Mesmo que você não tenha uma conta no Google, através do recurso de OpenID você pode começar a seguir esse site ou qualquer outro fazendo o login com sua senha do Twitter, Yahoo ou outros!
Nenhum site guarda sua senha ou qualquer outra informação. Você apenas faz seu login para se tornar um seguidor!
Teste agora! Basta clicar no botão SEGUIR que está do lado direito do blog.
Se você já estiver logado em seu email, por exemplo, não será nem mesmo necessário digitar a senha.
Mesmo que você não tenha uma conta no Google, através do recurso de OpenID você pode começar a seguir esse site ou qualquer outro fazendo o login com sua senha do Twitter, Yahoo ou outros!
Nenhum site guarda sua senha ou qualquer outra informação. Você apenas faz seu login para se tornar um seguidor!
Teste agora! Basta clicar no botão SEGUIR que está do lado direito do blog.
Se você já estiver logado em seu email, por exemplo, não será nem mesmo necessário digitar a senha.
7 de março de 2010
Videotice aguda
VIDEOTICE AGUDA
Hoje, o meu intuito ao escrever, é principalmente para externar minha consciência sobre a tentativa da TV (leia-se Globo), em subestimar demasiadamente minha inteligência. Pois é isso que essa rede de televisão está fazendo quando submete o telespectador a alguns programas de tão ínfimo conteúdo. Detenhamos, por exemplo, no famigerado BBB (Big Brother Brasil). Cenas com 100% de futilidades, inversão de valores e degradação moral em horário nobre de programação. E ainda está sendo muito bem paga para isso, pois segundo contas feitas por José Neumani -Jovem Pan, a cada paredão a emissora embolsa, só com os telefonemas dos telespectadores, mais de 8 milhões de reais. E lá estão nossos heróis, segundo Bial, sofrendo horrores dentro daquela singela casa. Segundo ele mesmo prometeu aos telespectadores: “um zoológico humano divertido”. O que ganhamos, por exemplo, ao assistirmos cenas de bate-boca por intermináveis minutos, com direito inclusive a palavras de baixo calão? E o que dizer das cenas de nudismo patrocinadas por elementos de variadas tendências sexuais? Que serviço essa emissora está prestando a população com tal programa? É necessário ver isso para entender o comportamento humano? Se dermos uma olhadinha nas novelas então, fica patente a troca da regra pela exceção. A tal da Viver a Vida, por exemplo, é uma verdadeira apologia a infidelidade. Pelo raciocínio do novelista, fica a impressão de que a poligamia é natural, aceita sem espanto por todos. Daqui a pouco torna-se regra em nossa sociedade. Criticamos tanto a violência ao nosso redor, mas grande parte do que a mídia mostra em sua programação jornalística, noticiosa e mesmo humorística está eivada de cenas violentas. É um incentivo, um estímulo a conquista pela força. Isso tudo parece até que nos anestesia, frente aos horrores da violência e acabamos por achar natural, por exemplo, uma turba enfurecida de torcedores fazerem da cabeça de um adversário, a própria bola.
Essa videomania, na verdade embota nossas mentes e nos tira a oportunidade de pensar, nos rouba a chance da reflexão. Quando não nos tira também o espaço para um dialogo com a família.
Pessoas com capacidade intelectual e consciência crítica formada, naturalmente consegue filtrar esses impulsos. E ninguém lhes tira o direito de assistirem na televisão o que quiserem, mas mentes despreparadas, principalmente crianças e adolescentes, acabam tomando a mentira pela verdade, o errado pelo certo, o iníquo pela equidade. Assim sendo, somos obrigados a concordar com o Rui: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.
Que Deus nos ilumine a todos, aos pais para exemplificarem-se a seus filhos, aos professores para abrirem as mentes de nossa juventude, às autoridades religiosas para conseguirem colocar cada vez mais verdades sólidas no coração das pessoas.
Que possamos, aos poucos, encontrar uma vacina contra esse terrível mal que ataca o raciocínio de nossa juventude, impedindo-os de diferir o bem do mal. Para que tenham forças para quererem o indispensável em detrimento do supérfluo, valorizar a solidez do amor e abandonar a insensatez do ódio, suprir-se de satisfação com o suficiente invés da ganância desenfreada, e principalmente lutar com todas as forças pela paz no universo, cavando profundas masmorras à estupidez da guerra.
José Moreira Filho
Acadêmico da ALAMI
moreira@baciotti.com
Hoje, o meu intuito ao escrever, é principalmente para externar minha consciência sobre a tentativa da TV (leia-se Globo), em subestimar demasiadamente minha inteligência. Pois é isso que essa rede de televisão está fazendo quando submete o telespectador a alguns programas de tão ínfimo conteúdo. Detenhamos, por exemplo, no famigerado BBB (Big Brother Brasil). Cenas com 100% de futilidades, inversão de valores e degradação moral em horário nobre de programação. E ainda está sendo muito bem paga para isso, pois segundo contas feitas por José Neumani -Jovem Pan, a cada paredão a emissora embolsa, só com os telefonemas dos telespectadores, mais de 8 milhões de reais. E lá estão nossos heróis, segundo Bial, sofrendo horrores dentro daquela singela casa. Segundo ele mesmo prometeu aos telespectadores: “um zoológico humano divertido”. O que ganhamos, por exemplo, ao assistirmos cenas de bate-boca por intermináveis minutos, com direito inclusive a palavras de baixo calão? E o que dizer das cenas de nudismo patrocinadas por elementos de variadas tendências sexuais? Que serviço essa emissora está prestando a população com tal programa? É necessário ver isso para entender o comportamento humano? Se dermos uma olhadinha nas novelas então, fica patente a troca da regra pela exceção. A tal da Viver a Vida, por exemplo, é uma verdadeira apologia a infidelidade. Pelo raciocínio do novelista, fica a impressão de que a poligamia é natural, aceita sem espanto por todos. Daqui a pouco torna-se regra em nossa sociedade. Criticamos tanto a violência ao nosso redor, mas grande parte do que a mídia mostra em sua programação jornalística, noticiosa e mesmo humorística está eivada de cenas violentas. É um incentivo, um estímulo a conquista pela força. Isso tudo parece até que nos anestesia, frente aos horrores da violência e acabamos por achar natural, por exemplo, uma turba enfurecida de torcedores fazerem da cabeça de um adversário, a própria bola.
Essa videomania, na verdade embota nossas mentes e nos tira a oportunidade de pensar, nos rouba a chance da reflexão. Quando não nos tira também o espaço para um dialogo com a família.
Pessoas com capacidade intelectual e consciência crítica formada, naturalmente consegue filtrar esses impulsos. E ninguém lhes tira o direito de assistirem na televisão o que quiserem, mas mentes despreparadas, principalmente crianças e adolescentes, acabam tomando a mentira pela verdade, o errado pelo certo, o iníquo pela equidade. Assim sendo, somos obrigados a concordar com o Rui: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.
Que Deus nos ilumine a todos, aos pais para exemplificarem-se a seus filhos, aos professores para abrirem as mentes de nossa juventude, às autoridades religiosas para conseguirem colocar cada vez mais verdades sólidas no coração das pessoas.
Que possamos, aos poucos, encontrar uma vacina contra esse terrível mal que ataca o raciocínio de nossa juventude, impedindo-os de diferir o bem do mal. Para que tenham forças para quererem o indispensável em detrimento do supérfluo, valorizar a solidez do amor e abandonar a insensatez do ódio, suprir-se de satisfação com o suficiente invés da ganância desenfreada, e principalmente lutar com todas as forças pela paz no universo, cavando profundas masmorras à estupidez da guerra.
José Moreira Filho
Acadêmico da ALAMI
moreira@baciotti.com
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